O líder do Exército sudanês, Abdelfatah al Burhan, e o comandante do grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF), Mohamed Hamdan Dagalo, aceitaram uma "pausa temporária nos combates" de três horas, proposta pela ONU para abrir corredores humanitários.
A missão da Organização das Nações Unidas (ONU) no Sudão anunciou no Twitter que os dois militares aceitaram a proposta do enviado das Nações Unidas no país africano, Volker Perthes.
A cessação temporária das hostilidades "por razões humanitárias" entrou em vigor às 16h00 locais (15h00 em Lisboa) e terminará às 19h00 (18h00) deste domingo.
Perthes reconheceu os esforços de Al Burhan e Dagalo para chegar a este acordo, mas alertou que os dois líderes e as suas forças são "responsáveis pelo cumprimento deste compromisso".
Esta pausa nos combates ocorre apenas algumas horas antes de os muçulmanos sudaneses quebrarem o jejum obrigatório para o mês sagrado do Ramadão, que os habitantes estão a cumprir rigorosamente, apesar dos confrontos e da violência.
No sábado, muitos moradores de Cartum ficaram presos nas suas casas ou em estabelecimentos de ensino e escritórios devido aos combates, que causaram grandes cortes de eletricidade e de vários serviços básicos, como água potável.
Em dois dias de combates, pelo menos 56 civis foram mortos e quase 600 - também entre as partes em conflito - ficaram feridos, informou uma rede de médicos do Sudão. Entre as vítimas, estão três funcionários do Programa Alimentar Mundial, que suspendeu as suas atividades no país.
Estes números não incluem, no entanto, vítimas na conturbada região ocidental de Darfur, onde há intensos combates em Al Fasher e Nyala, bem como em Al Obeid, no estado de Kordofan do Norte, devido a dificuldades de circulação naquelas áreas.
Os paramilitares das RSF envolveram-se em combates com o exército sudanês no sábado de manhã, em Cartum, mas a violência alastrou-se a outras zonas do país.