“Vai e faz tu também o mesmo” dá titulo à mensagem quaresmal do arcebispo de Évora, retirado da parábola do bom samaritano (Lc.10, 29-37) e que evoca a Misericórdia“.
“Na parábola, nenhum dos personagens é identificado. Nenhum profere palavras” escreve D. José Alves que realça, antes, a atitude do samaritano.
“A misericórdia que lhe fez estremecer as entranhas e o encheu de compaixão traduziu-se em actos, ao contrário daqueles que discutiam sobre o assunto e se afastavam das situações concretas. Na verdade, na figura deste samaritano Jesus ofereceu-nos um ícone da misericórdia, que nos sempre nos deveria guiar no nosso modo de proceder como cristãos e, nomeadamente, neste tempo quaresmal”.
A mensagem, agora divulgada, alude à vivência do Ano Santo da Misericórdia, ao convite feito pelo papa nesse sentido e à resposta da diocese.
“Na Arquidiocese, desde o início deste ano pastoral, adoptámos a expressão sede misericordiosos como o Pai, para nosso lema de vida e acção. Em Vila Viçosa, foi aberta a Porta Santa, símbolo de Cristo, a verdadeira porta que dá acesso livre e gratuito à misericórdia do Pai”, recorda D. José Alves.
São meios, prossegue o arcebispo “para experimentar e celebrar a misericórdia, que transforma o coração e nos torna capazes de praticar as obras de misericórdia em favor do próximo. Se deixarmos ecoar no nosso coração as palavras de Jesus - vai e faz tu também o mesmo – não podemos ficar indiferentes. A compaixão há-de levar-nos a ser misericordiosos”.
Um renunciar solidário
Para o arcebispo de Évora praticar a misericórdia passa, também, por “exercitarmos a generosidade, mediante a renúncia voluntária a algo de que nós podemos prescindir e aos outros liberta de graves aflições”.
Na sua mensagem aos cristãos, D. José Alves faz, assim, o convite. “Tudo o que conseguirmos juntar será canalizado, através da Ajuda à Igreja que Sofre, que abriu uma delegação na nossa cidade de Évora, para os cristãos perseguidos, que perdem os seus haveres e se vêem obrigados a abandonar as suas casas e o seu país. Como habitualmente, a dinamização da Renúncia Quaresmal fica a cargo da Caritas Diocesana. A recolha das ofertas será feita pelos párocos que a entregarão ao Vigário da Vara respectivo e este aos Serviços da Cúria”.
A resposta a este desafio será, nas palavras do prelado, “um pequeno gesto de generosidade, envolvido num abraço fraterno, que juntamos à nossa oração constante”.
Um forma “de mitigar a violência exercida sobre esses milhares de irmãos nossos a quem queremos fazer chegar um sinal concreto do amor misericordioso de Deus, que em Jesus Cristo se irmanou com os injustiçados, os pobres e os que sofrem e continua dizer-nos como ao doutor da Lei: vai e faz tu também o mesmo” escreve ainda D. José Alves.