A Associação Portuguesa de Seguradoras (APS) anunciou esta terça-feira que "haverá já milhares de ocorrências participadas e valores significativos de indemnizações a processar" devido ao mau tempo, acrescentando que decorre um inquérito para apuramento dos danos cobertos pelas seguradoras.
"De acordo com as primeiras indicações que vão sendo obtidas, haverá já milhares de ocorrências participadas e valores significativos de indemnizações a processar, e as seguradoras tudo farão para que os seus clientes, individuais e empresas possam retomar a normalidade da sua vida com a maior rapidez possível", afirma a APS em comunicado.
A APS informa que já está a decorrer um inquérito junto das suas associadas para apuramento dos danos cobertos por contratos de seguro, consequência da atual intempérie, e fará uma atualização da informação "logo que possível".
"As empresas de seguros estão a tomar, individualmente, medidas específicas para assegurar a pronta resposta aos seus clientes, deslocando equipas de profissionais experientes para o local, abrindo canais específicos de comunicação, agilizando a regularização dos sinistros e prestando o apoio e assistência às pessoas afetadas que beneficiam da proteção que os seguros conferem", avança a associação.
A APS recomenda aos tomadores de seguro que contactem as respetivas empresas de seguros, através dos canais de comunicação disponíveis e que registem – através de fotografia, por exemplo – todos os danos materiais causados sobre os seus bens.
A associação defende a criação em Portugal de um "sistema de proteção de riscos catastróficos, do qual as seguradoras possam fazer parte, numa lógica de colaboração entre o setor privado e público, para que as pessoas e empresas afetadas possam ver os prejuízos sofridos reparados de forma mais célere e completa".
A chuva intensa e persistente que caiu de madrugada causou hoje centenas de ocorrências, entre alagamentos, inundações, quedas de árvores e cortes de estradas nos distritos de Lisboa, Setúbal e Portalegre, onde há registo de vários desalojados.
Na zona de Lisboa, a intempérie causou condicionamentos de trânsito nos acessos à cidade, que levaram as autoridades a apelar às pessoas para permanecerem em casa quando possível e para restringirem ao máximo as deslocações.
No distrito de Santarém, a chuva fez aumentar os caudais do rio Tejo, levando a Comissão Distrital de Proteção Civil a acionar o Plano Especial de Emergência para Cheias na Bacia do Tejo, dado o risco “muito significativo” de galgamento das margens do rio. Nesta bacia hidrográfica e na do Douro foi ativado o alerta amarelo.
Em Campo Maior, no distrito de Portalegre, a zona baixa da vila ficou alagada e várias casas foram inundadas, algumas com água até ao teto, segundo a Câmara Municipal, que prevê acionar o Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil.