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A Associação Nacional de Restaurantes, a PRO.VAR anuncia que 74% das microempresas e pequenas empresas querem reabrir, mas não têm liquidez para preparar as empresas para a reabertura. O Governo estabeleceu o dia 18 de maio como a data em que este setor deve voltar à atividade.
Está é uma das conclusões de um inquérito feito aos empresários do setor por aquela associação de defesa dos interesses do setor da restauração.
“Existe uma enorme dificuldade nas adaptações dos seus espaços no contexto da COVID-19, pois não têm tesouraria para adquirem os materiais e equipamentos”, afirma em comunicado aquela associação.
A mesma alerta ainda o Executivo para o facto do acesso às linhas de apoio anunciadas “ainda nem sequer estarem disponíveis”, não sendo por isso, possível as empresas acederem a essas verbas a tempo da abertura que irá acontecer no início da próxima semana.
Em relação a este tema, segundo o que apurou esta associação, as exigências apresentadas aos empresários para acesso ao crédito, são elevadas, “estando estes a serem preteridos em favor de empresas que não precisam de crédito” que estão a ser constantemente aliciadas por apresentarem melhores rácios.
“São normalmente as que acabam por ver os seus processos aprovados de forma mais célere, deixando de fora os que mais precisam”, explica aquela associação.
Segundo a PRO.VAR a situação assume contornos ainda mais graves “quando verificamos que muitas empresas que nada tem a ver com o ramo da Restauração, para poderem aceder à Linha específica COVID-19”.
O mesmo organismo alerta que esta é uma linha apenas destinada ao apoio a Empresas da Restauração e similares, e que “há operadores que estão a acrescentar o CAE 56, justificando que passaram a desenvolver atividade de relacionada com Restauração e similares”.
A mesma comunicação revela para que metade das microempresas “não apresentaram condições para recorrer às linhas de apoio à economia”, as linhas de crédito COVID-19 e a “outra metade ainda aguarda a aprovação dos seus processos na banca”.
Segundo os números daquela associação, que cita o Banco de Portugal, 89% das empresas do setor da Restauração são microempresas.
Em relação ao take-away, apresentado por muitos como solução para o setor e que o Governo e a DGS voltam a insistir como solução para a quebra de negócio e forma de lidar com a pandemia, a PRO.VAR diz que os resultados são “desastrosos”.
Há quebras do negócio na casa dos 85%, e revelam que esta operação “se revelou inviável na maioria dos casos, pois a faturação não cobre os custos variáveis necessários para garantir os serviços mínimos da operação”.
A PRO.VAR irá solicitar reuniões, com carácter urgente, com os Senhores, Presidente da República, Primeiro Ministro e Líderes dos respetivos Partidos Políticos, com o objetivo de se exigir ao Governo que encontrem ferramentas e formas de priorizar os processos que se destinam aos que realmente precisam.