A Polícia Judiciária deteve esta terça-feira 14 pessoas pela alegada prática dos crimes de associação criminosa, fraude fiscal e branqueamento, na sequência de cerca de 100 buscas domiciliárias e não domiciliárias de norte a sul do país, anunciou aquela polícia.
A atividade criminosa passava pela constituição sucessiva de uma complexa cadeia de empresas, na sua maioria de venda de equipamentos informáticos em plataformas `online´, que operavam executando os atos necessários para se “enriquecerem” com as quantias de IVA recebidas da venda desses produtos a clientes finais, num esquema típico da `Missing Trader Intra-Community (MTIC) Fraud, que lesa os cofres da União Europeia, explicou a PJ, em comunicado.
Em causa estarão transações fraudulentas superiores a 2,2 mil milhões de euros, adiantou.
No decurso desta operação policial, que se enquadra no âmbito de uma operação de “grande amplitude” com realização de diligências de recolha de prova na Alemanha, França, Itália, Espanha, Bélgica, Países Baixos, Luxemburgo, República Checa, Hungria, Grécia, Roménia, Eslováquia, Grécia, Áustria, Lituânia e Chipre, foram apreendidos carros, bens de luxo, material informático, documentação e dinheiro, referiu.
“Procedeu-se ainda ao arresto judicial de cerca de 50 viaturas, 47 propriedades e cerca de 600 contas bancárias nacionais”, sublinhou.
A operação policial envolveu cerca de 250 elementos da PJ de diversos departamentos, 35 elementos da Administração Tributária, além de um magistrado judicial, um procurador Europeu e dois procuradores Europeus Delegados Portugueses.
A PJ ressalvou que a operação está centralizada na Diretoria do Norte, sendo titulada pela EPPO – Procuradoria Europeia – Delegação do Porto, em colaboração com a Administração Tributária.
Os detidos, presumivelmente ligados a esta organização de “caráter e dimensão transnacional”, vão ser presentes ao Tribunal de Instrução Criminal do Porto para primeiro interrogatório judicial.