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O anúncio de despedimentos na Ryanair é uma manobra para evitar greves, diz à Renascença o vice-presidente Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), Bruno Fialho.
O sindicalista fala em contradições nas comunicações feitas pela administração da companhia aérea irlandesa, que num dia diz que há indicadores de crescimento e no outro anuncia despedimentos.
"Temos aqui um caso de bipolaridade em que o presidente executivo, Michel O'Leary diz que a Ryanair vai proceder a despedimentos quando, no dia anterior, o diretor financeiro disse que a companhia está a crescer e está muito bem”, afirma Bruno Fialho.
Os tripulantes da empresa prometem uma greve em agosto, pelo menos durante cinco dias, alegando o não cumprimento do protocolo celebrado com o sindicato, que estabeleceu a obrigatoriedade da implementação da legislação laboral portuguesa até fevereiro de 2019.
Bruno Fialho aponta o dedo ao Governo dizendo que tem dececionado os trabalhadores da Ryanair ao não obrigar a empresa a cumprir a lei portuguesa. Diz, por isso, que não resta outra alternativa que não seja o recurso à greve.
"Nos próximos dias iremos emitir um pré-aviso de greve para o mês de agosto. Estamos apenas a avaliar os dias que menos prejudiquem os emigrantes e a diáspora portuguesa, nesta época de férias".
O presidente executivo da Ryanair, Michael O’Leary, avisou esta quarta-feira os trabalhadores, através de uma mensagem vídeo, que a empresa tem 1.500 trabalhadores considerados excedentários e que são esperados despedimentos nas próximas semanas.