A Direção-Geral da Saúde (DGS) recomendou, esta sexta-feira, a utilização de máscara em “locais muito frequentados, com aglomerados de pessoas e sobretudo em espaços fechados”, perante o “aumento do impacto da epidemia de gripe”.
Em nota enviada às redações, que acompanha o relatório com dados relativos à gripe, a DGS recomenda ainda o uso de máscara "a todos os utentes e profissionais de saúde no contexto de avaliação clínica presencial de doentes com sintomas respiratórios agudos".
A DGS refere também que "todas as pessoas com sintomas respiratórios agudos devem adotar as medidas básicas de prevenção da transmissão, que inclui a lavagem frequente das mãos e a utilização da máscara sempre que estiverem em contacto com outras pessoas ou em espaços de utilização partilhada".
Segundo os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), o número de casos de gripe está a aumentar em Portugal, bem como a mortalidade em pessoas com mais de 45 anos.
Os hospitais notificaram 38.771 casos de infeção respiratória e 6.262 casos de gripe na época 2023/2024.
O relatório refere ainda que, nos Cuidados de Saúde Primários, as proporções de consultas por infeções respiratórias agudas e síndrome gripal aumentaram. Nas urgências hospitalares, as proporções de episódios por infeções respiratórias agudas e síndrome gripal também verificaram um aumento, sobretudo nos grupos etários mais velhos, verificando-se um aumento nos casos de urgência e internamento.
De acordo com o boletim, a proporção de casos gripe em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) tem vindo a aumentar nas últimas duas semanas, atingindo 17,1% na última semana do ano, um valor superior aos registados em períodos homólogos.
O Instituto Ricardo Jorge recorda que o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) refere que "as medidas não farmacológicas tiveram impacto na baixa circulação de agentes patogénicos respiratórios e na redução da imunidade da população, podendo agravar o impacto das doenças respiratórias neste inverno".
"Assim, o aumento da proporção de casos de gripe em UCI observado na semana 52/2023 pode refletir o aumento na circulação do vírus da gripe, no contexto do aumento da interação social, sem medidas de proteção individual, após um período de circulação reduzida durante a pandemia de covid-19", acrescenta.
Para a Direção-Geral da Saúde, o “impacto nos serviços de saúde e mortalidade” continuará a ser “visível até que a atividade epidémica de gripe regresse a níveis basais”. A DGS refere ainda que o "padrão epidémico da gripe retoma algumas semelhanças com o período pré-pandémico" e que "a vacinação contra a gripe e contra a COVID-19 mantém-se como instrumento fundamental de proteção da população".
Destacando que "a cobertura vacinal para a Gripe" foi "inferior à da época anterior", a DGS apela à vacinação, relembrando que a campanha ainda está a decorrer "nas farmácias e unidades de cuidados de saúde primários do SNS, destacando os seus benefícios na redução do risco de necessidade de cuidados hospitalares e do risco de morte".
Na semana passada, a Ordem dos Médicos já tinha recomendado o uso de máscara em várias situações, incluindo nos transportes públicos e nas unidades de saúde, para minimizar o impacto das infeções respiratórias e a DGS tinha recomendado o uso para doentes com infeções respiratórias que estivessem em contacto com outras pessoas, bem como a adoção do teletrabalho.
Perante a previsão da descida da temperatura nos próximos dias, a DGS deixa várias recomendações de proteção geral e individual que podem ser consultadas aqui.
Pode também consultar aqui a informação sobre centros de saúde abertos, marcações de consulta, autodeclaração de doença, bem como o agendamento de vacinação.