As doenças respiratórias crónicas estão a aumentar e já são a terceira causa de morte em Portugal, a seguir às doenças cardiovasculares e ao cancro. Os dados são do relatório apresentado, esta terça-feira, pela Direcção-Geral da Saúde (DGS).
A culpa é do aumento progressivo da esperança de vida e os efeitos do tabagismo.
As doenças respiratórias são a primeira causa de mortalidade intra-hospitalar, responsáveis por um em cada quatro óbitos, e são a quinta causa de internamento. Em 2014, justificaram 6,6% da totalidade de doentes internados.
No total, as doenças respiratórias estão na origem de quase 12% dos óbitos a nível nacional.
A mortalidade respiratória afecta, sobretudo, quem tem mais de 65 anos e vive nas regiões autónomas. A Madeira tem a taxa mais alta do país e os Açores foram a única região a registar um aumento da taxa de mortalidade. Em quase metade dos casos, esta deve-se à pneumonia.
Só a região Norte e a área metropolitana Lisboa apresentam um valor abaixo da média nacional.
Portugal ainda tem uma das mais altas taxas de pneumonia da Europa, embora os internamentos estejam a descer.
Se na década de 80 os homens eram mais afectados pelas doenças respiratórias, as diferenças entre sexos têm vindo a esbater-se e actualmente a mortalidade é apenas ligeiramente inferior no sexo feminino.
Abaixo dos 65 anos, a taxa de mortalidade devido a doenças respiratórias tem vindo a descer e caiu quase 20% entre 2009 e 2013.
Ainda de acordo com este relatório da DGS, as doenças respiratórias (excluindo o cancro do pulmão) custaram ao Estado 213 milhões de euros em 2013. É o terceiro maior encargo a seguir aos custos das doenças cardiovasculares e do sistema nervoso.
Face a estes dados, o Programa Nacional para as Doenças Respiratórias quer mais medidas preventivas nos cuidados de saúde primários para evitar os internamentos, tal como maior intervenção no controlo dos factores de risco, como os poluentes do ar e o tabagismo, e mais gente vacinada contra a gripe.