Bruno de Carvalho e Mustafá vão aguardar julgamento em liberdade, mas sujeitos a apresentações regulares às autoridades.
Carlos Delca, juiz de instrução criminal do caso, não aplicou as medidas mais gravosas de coação aos dois suspeitos de envolvimento no caso de Alcochete, que seria a prisão preventiva, à semelhança do que aconteceu com os outro 38 suspeitos de envolvimento no caso. O juiz considerou que não existem indícios fortes o suficiente para a aplicação das medidas de coação previstas nos artigos 200º e 202º.
Bruno de Carvalho e Mustafá ficaram, no entanto, sujeitos a termo de identidade e residência, e são obrigados a apresentar-se diariamente no posto criminal das respetivas áreas de residência, e ainda a prestação de uma caução de 70 mil euros.
O juiz considerou, no entanto, que existem fortes indícios de prova do crime de tráfico de estupefacientes, imputado a Mustafá, líder da claque Juventude Leonina.
O ex-presidente do Sporting e o líder da claque Juventude Leonina foram interrogados pelo juiz de instrução criminal do Tribunal do Barreiro na quarta-feira, que adiou o anúncio das medidas de coação para esta quinta-feira.
Em comunicado, Carlos Delca justificou a decisão com "complexidade" do caso, "que obriga a uma ponderação, que não se compadece com o facto de o Tribunal se encontrar há mais de seis horas debruçado sobre a matéria em causa. O Tribunal pretende decidir em consciência e com base na matéria de facto e de direito aplicável".
A greve parcial dos funcionários atrasou a leitura das medidas de coação, que estava marcado para as 10h00.
Bruno de Carvalho está indiciado por 56 crimes, entre eles terrorismo e sequestro. Estes relacionam-se com o ataque à Academia do Sporting, em Alcochete. A 15 de maio, cerca de 40 adeptos encapuzados, afetos ao clube leonino, invadiram o centro de treinos do Sporting e agrediram jogadores e equipa técnica.
[Atualizado às 12h30 - Comunicado do Juiz de Instrução Criminal]