Rodrigo Duterte foi eleito Presidente das Filipinas em Junho deste ano. Em poucos meses ganhou fama mundial pelas declarações chocantes e tudo menos dignas de um estadista. Já obrigaram a vários desmentidos e pedidos de desculpas.
Uma das bandeiras do antigo autarca de Davao, no sul do país, é o combate ao tráfico de droga e à criminalidade. Sem limites. Mais de seis mil alegados traficantes e toxicodependentes foram assassinados desde que chegou ao poder, mortos pela polícia e por milícias populares incentivados pelo Presidente.
Perante os pedidos de investigações à violação dos direitos humanos por parte da comunidade internacional, Duterte já insultou Barack Obama, o relator da ONU e mostrou o “dedo do meio” à União Europeia.
“Esqueçam os direitos humanos”
“Esqueçam as leis dos direitos humanos. Se eu chegar ao palácio presidencial, vou continuar a fazer o que fazia quando era autarca. Seus traficantes de droga, bandidos, homens que não fazem nada, é melhor deixarem-se disso, senão vou matá-los. Vou deitar todos os traficantes à baia de Manila e engordar os peixes”. Rodrigo Duterte no derradeiro comício de campanha.
Atirar corruptos do helicóptero
“Quem utilizar fundos públicos para corrupção, vou apanhá-lo, dar-lhe uma boleia de helicóptero e atirá-lo quando estivemos no ar. Eu vou fazer isso. Já fiz isso no passado e posso voltar a fazê-lo”. Rodrigo Duterte durante uma declaração em directo na televisão, em Dezembro.
Patrulhar as ruas para matar
- “Em Davao eu costumava fazê-lo pessoalmente, só para mostrar aos rapazes [à polícia] que, se eu conseguia, eles também podiam. Percorria as ruas da cidade de motorizada, em patrulha e à procura de problemas. Eu andava à procura de um confronto para poder matar”.
Elogio a Hitler
- "Hitler massacrou três milhões de judeus. Agora, há aqui três milhões de viciados [em drogas]. Gostaria de matá-los a todos. Se a Alemanha tinha Hitler, as Filipinas terão as minhas vítimas. Gostaria que fossem todos os criminosos para acabar com o problema e salvar a próxima geração da perdição".
Até ao último traficante
- “Muitos ainda vão ser mortos até que o último traficante desapareça das ruas. Até que o último fabricante de drogas seja morto, nós vamos continuar”.
Insulto a Obama
“Ele [Barack Obama] tem que ter respeito. Não basta atirar perguntas e declarações. Filho da p***. Vou amaldiçoar-te naquele fórum. Vamos chafurdar na lama como porcos se ele me fizer isso”. Rodrigo Duterte, em Setembro de 2016, antes de uma cimeira regional, no Laos. Em retaliação, Obama cancelou um encontro com o Presidente filipino.
“Dedo do meio” para a UE
Num encontro com empresários, em Davao, no sul das Filipinas, mostrou o dedo do meio à União Europeia, que tinha pedido uma investigação aos abusos dos direitos humanos. Rodrigo Duterte não gostou e respondeu sem contemplações. “Têm o descaramento de me condenar”, apesar de os seus antepassados terem “matado milhares de árabes”. A União Europeia está a tentar “expiar” os seus pecados e “remorsos” por ocupar outros países no passado, acusou.
Insulto ao Papa Francisco
“Fomos apanhados no meio das filas de trânsito. Demorámos cinco horas a cá chegar. Perguntei porquê, e disseram-me que a estrada estava encerrada. Perguntei quem é estava a chegar. Responderam-me que era o Papa. Apeteceu-me ligar-lhe a dizer: ‘Papa, filho da mãe, vai para casa. Não volte a visitar-nos”. Durante a campanha para as eleições presidenciais, Rodrigo Duterte insultou o Papa Francisco, que estava de visita ao país. Mais tarde pediu perdão e disse que queria visitar o Papa no Vaticano.
Duterte sobre Trump
“Ele é um intolerante. Eu não”, declarou o Presidente das Filipinas sobre o Presidente eleito dos Estados Unidos.
Polémica sobre violação
“Eu vi a cara dela e pensei: ‘Que pena, eles violaram-na. Fiquei louco por ela ser violada, era tão bonita. Pensei que o presidente da Câmara devia ter sido o primeiro”. Rodrigo Duterte falava sobre a violação de uma missionária australiana durante um motim numa prisão, em Davao. Mais tarde, o seu gabinete divulgou um pedido desculpa e desmentiu o envolvimento do Presidente no caso.