A população da União de Freguesias de Belazaima do Chão, Agadão e Castanheira do Vouga, em Águeda, boicotou o início das eleições presidenciais para contestar a falta de médico, mas tudo decorre agora com normalidade, disse à Lusa o presidente.
Esta manhã, os populares colocaram pedras de grandes dimensões, barreiras em ferro e cartazes onde se lê “Protesto. Não Vote!” à porta das entradas das mesas de voto para protestar contra a falta de médico de família há um ano, afirmou Vasco Oliveira.
Contudo, a normalidade foi reposta antes das 11h00, altura em que abriram as urnas nesta freguesia do distrito de Aveiro, sublinhou.
“Tudo decorre agora com normalidade, mas a abstenção está perto dos 100%”, contou o presidente da Junta.
Apesar de lamentar e de não concordar com “este tipo de atitudes”, Vasco Oliveira referiu “perceber perfeitamente a indignação” das pessoas.
Há cerca de um ano que esta freguesia, com 90 quilómetros quadrados, perdeu o médico de família e a enfermeira que trabalhavam na extensão de saúde, não tendo sido até agora substituídos, explicou.
“Estamos a falar de uma população envelhecida que se vê privada de um meio de primeira necessidade que é a saúde”, contou.
Vasco Oliveira considerou que a pandemia de covid-19 não pode ser “justificação para tudo”, lembrando que algumas pessoas estão a mais de 20 quilómetros do centro de Águeda.
Não exigindo a prestação de cuidados médicos diários, como acontecia até então, o presidente desta união de freguesias quer, pelo menos, a existência de “serviços mínimos”.
Para o sufrágio de hoje estão inscritos 10.865.010 eleitores, mais 1.208.536 do que nas eleições presidenciais de 2016, que são chamados a escolher o próximo Presidente da República, que irá suceder a Marcelo Rebelo de Sousa, existindo sete candidatos ao cargo.
Se um dos candidatos obtiver mais de 50% dos votos será eleito já hoje chefe de Estado, mas caso contrário haverá uma segunda volta, a 14 de fevereiro, com os dois concorrentes mais votados.
Os sete candidatos aparecem no boletim de voto pela seguinte ordem: Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP), Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans, João Ferreira (PCP e PEV) e a militante do PS Ana Gomes (PAN e Livre).