Cerca de 400 pessoas manifestaram-se este sábado em Setúbal e no Montijo contra o "mau serviço" de transporte público rodoviário da empresa Alsa Todi, que não cumpre horários e carreiras previstas nos concelhos de Alcochete, Moita, Montijo, Palmela e Setúbal.
O protesto na cidade de Setúbal, que juntou cerca de 300 pessoas, foi organizado pela Câmara Municipal, que promete continuar a fazer pressão sobre a Alsa Todi para que assegure o transporte público, nos termos contratados com a Carris Metropolitana, naqueles cinco concelhos do distrito de Setúbal.
O presidente da autarquia, André Martins (CDU), na intervenção perante cerca de 300 pessoas que participaram na ação de protesto junto ao estádio do Bonfim, disse que a empresa Alsa Todi voltou a dar garantias de uma melhoria do serviço já na próxima segunda-feira.
"Numa reunião que tivemos na sexta-feira, a empresa garantiu-nos que na próxima segunda-feira já teria no terreno condições para desempenhar o serviço que está contratado", disse André Martins, depois de sublinhar que é fundamental manter a pressão sobre a Alsa Todi para que assegure o serviço de transporte público rodoviário nos termos contratados.
"Naturalmente que nós temos muitas dúvidas, mas quero dizer aqui que nós continuamos a acreditar que é possível. E também acreditamos que a empresa faz algum esforço no sentido de poder cumprir", acrescentou o autarca setubalense, adiantando que a empresa se comprometeu a cessar de imediato os transportes privados que estava a efetuar, designadamente o transporte de trabalhadores para algumas fábricas da região, de forma a disponibilizar mais motoristas para o transporte público.
Segundo André Martins, a empresa garantiu também que já tinha contratado mais motoristas, incluindo alguns brasileiros, além de outros que ainda não se encontram em Portugal.
Para muitos utentes do transporte público rodoviário em Setúbal, como é o caso do setubalense João Carrasquinho, ir para a paragem de autocarro é uma aventura com final imprevisível.
"O facto de nós irmos para uma paragem de autocarro e não termos a garantia de quando é que vai passar o próximo o autocarro, não sabermos sequer se vai passar, significa que o transporte público, neste momento, não é uma garantia para as pessoas de Setúbal", disse.
"As pessoas residentes na freguesia da Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra (concelho de Setúbal), uma zona muito dependente dos autocarros, compram o passe, mas para se deslocarem têm muitas vezes que apanhar um autocarro da Rodoviária do Alentejo. E têm que pagar esse bilhete à parte ou até apanhar um táxi, o que significa muito mais despesas para esses utentes", acrescentou.
No Montijo, o protesto organizado pela Comissão de Utentes de Transportes Públicos Rodoviários daquele concelho juntou cerca de uma centena de pessoas na estação rodoviária, junto ao mercado municipal.
"Conseguimos fazer passar uma mensagem bem visível ao resto da população, do nosso descontentamento e das soluções que propomos para a resolução dos problemas dos transportes no Montijo. E também aprovámos uma resolução que será entregue segunda-feira no gabinete do presidente da Câmara Municipal", disse à agência Lusa Paulo Soares.
"Essa resolução manifesta o nosso descontentamento com a situação atual e solicita ao executivo camarário uma intervenção mais eficaz, que não fique pelas palavras e que exija medidas sancionatórias pelo incumprimento da Alsa Todi. E, sobretudo, medidas concretas para resolver os problemas do transporte público na região", acrescentou o representante dos Utentes dos Transportes Públicos Rodoviários do Montijo.