Em 2022, o preço dos alimentos disparou. A DECO Proteste calcula que um cabaz de bens essenciais que, em fevereiro de 2022, custava 183.63€, hoje custa mais de 220€. Este é um aumento de quase 25%.
Apesar de todos os alimentos estarem mais caros, em certas categorias a diferença é maior. O peixe subiu, de forma global, cerca de 27%. Em particular, os preços da pescada e do carapau subiram mais de 63%.
Os laticínios também aumentaram de forma semelhante, em cerca de 27%. Foi a partir de abril que os produtos à base de leite e os ovos começaram a aumentar. Mas foi em outubro que o aumento foi maior.
Também a carne e os produtos de mercearia tiveram aumentos acima dos 20%. Os bifes de perú, as costeletas de porco e o frango inteiro foram os produtos que mais subiram. Já nas mercearias, tanto a polpa de tomate como o arroz carolino aumentaram cerca de 60%.
Ao contrário dos restantes alimentos, o preço das frutas e legumes não disparou em março e abril de 2022. Foi no início de 2023, a 15 de fevereiro, que estes produtos estavam mais caros. De todos os produtos, foram a couve coração e a alface cujos preços mais subiram, com aumentos de 66,50% e de 64,25%.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) previu que as chuvas intensas de dezembro teriam um impacto negativo na produção agrícola no início deste ano.
O INE registou um abrandamento na taxa de inflação nos últimos meses de 2022, mas a DECO confirmou que esta descida generalizada dos preços não se está a manifestar no preço dos alimentos, que têm estado a ficar mais caros desde o início do ano.
Segundo o INE, mais de metade da taxa de inflação em janeiro devia-se ao custo dos alimentos.
A Guerra na Ucrânia e a subida dos preços dos combustíveis e dos produtos energéticos causou aumentos que não se viam nos produtos alimentares desde os anos 1990. Apesar disso, a subida dos preços dos alimentos tem vindo a registar-se desde o início de 2021.