As câmaras do Porto e de Vila Nova de Gaia anunciaram, esta quinta-feira, a construção de uma nova ponte sobre o rio Douro, um projeto inteiramente financiado pelas duas autarquias.
A travessia, a designar Ponte D. António Francisco dos Santos, em homenagem ao bispo do Porto, falecido em setembro do ano passado, vai unir os dois concelhos entre Oliveira do Douro, em Gaia, e a zona de Campanhã, no Porto.
"Simbolicamente é uma ideia muito feliz. Foi um homem que ajudou a fazer pontes, muitas vezes entre os mais desfavorecidos e aqueles que os poderiam ajudar. É o reconhecimento do seu trabalho e uma forma de perpetuar o seu nome e a sua memória", defende António Tavares, provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto - instituição que, em conjunto com a Associação Comercial e a Irmandade dos Clérigos, instituiu o prémio D. António Francisco dos Santos.
O anúncio foi feito pelos presidentes das câmaras do Porto, Rui Moreira, e de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, no Laboratório Edgar Cardoso, equipamento próximo da ponte São João, que une os dois concelhos via ferroviária.
"Porto e Gaia têm entre si das pontes mais bonitas do mundo. Acreditamos que esta ponte será também muito bonita", defendeu Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, na apresentação do projeto.
Representa este sentido de integração, de um problemas que nós temos, um problema territorial e social em territórios que estão nas duas margens e que podemos resolver melhor se os ligarmos.
A ligação partirá da zona do Areinho, em Oliveira do Douro, até à Avenida Gustavo Eiffel, na marginal do Porto, e terá cerca de 250 metros de comprimento, à cota baixa da cidade.
Destinada ao trânsito automóvel, a contemplará ainda a travessia de peões e bicicletas e permitirá novas ligações de transportes públicos.
A ponte custará 12 milhões de euros aos cofres das duas autarquias e estará concluída em em 2022.
Construção em cota baixa é "boa opção"
Para Álvaro Domingues, a construção à cota baixa pode revelar-se uma boa opção já que cria um potencial para a criação de "um circuito".
"As pessoas comentam muito que quando se faz a travessia da zona das caves para a ribeira, só existe uma possibilidade de atravessar o rio, que é pelo tabuleiro da ponte D. Luís. A cota baixa é neste momento a mais pressionada, já que as duas cidades estão em margens abruptas, com densidades muito elevadas e ruas muito estreitas. A isto soma-se o facto de grande parte da pressão turística estar muito encostada à beira rio", acrescenta o especialista em mobilidade, em declarações à Renascença.