O dispositivo de combate a incêndios florestais conta atualmente com 65 meios aéreos, mais cinco do que em 2022, disse esta segunda-feira o ministro da Administração Interna, desconhecendo ainda se no período mais crítico estarão operacionais as 72 aeronaves previstas.
“Hoje já temos 65 meios aéreos, ou seja, mais cinco meios aéreos do que tínhamos em 2022. O objetivo de nos prepararmos para este período, que este ano é ainda mais difícil do que em 2022, tendo mais meios humanos, mais meios terrestres e mais meios aéreos, está cumprido”, disse aos jornalistas José Luís Carneiro, no final da cerimónia de encerramento do ano académico do Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna.
O ministro foi questionado sobre o número de meios aéreos atualmente disponíveis no combate aos incêndios, tendo em conta que a Diretiva Operacional Nacional (DON), que estabelece o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) para 2023, apontava para o período de 01 de junho a 30 de setembro de 72 meios aéreos, mas a Força Aérea tem tido dificuldade em contratar estes meios devido à falta de aeronaves no mercado por causa da guerra na Ucrânia.
Na semana passada, eram 60 as aeronaves ao dispor de DECIR, tendo esta semana aumentado para mais cinco, mas ainda faltam sete para as 72 previstas no DECIR.
O ministro frisou que o Governo vai “procurar continuar a fortalecer os meios aéreos até ao período mais crítico que é a partir de 01 de julho”.
“Nos primeiros dias de julho estaremos em condições de poder responder com propriedade a essa pergunta [se o DECIR vai ter os 72 meios aéreos], de saber se teremos todos aqueles que gostaríamos de poder ter”, precisou, realçando que, “desde a primeira hora, o objetivo era ter, pelo menos, os mesmos meios aéreos do que o ano de 2022” e, “neste momento há mais meios aéreos” do que no ano passado.
José Luís Carneiro sublinhou também que “os meios só por si, independentemente do seu número, serão sempre escassos para os momentos mais complexos dos incêndios florestais”.
Nesse sentido, pediu aos cidadãos “atitudes e comportamentos de responsabilidade”, significando que nos períodos mais críticos se deve evitar o uso do fogo, das máquinas agrícolas e florestais, porque dois terços dos incêndios, entre janeiro e abril deste ano, tiveram como causa a negligência do uso do fogo e do uso das máquinas agrícolas e florestais.
O ministro disse ainda que esta semana terá dias em que se ultrapassa todos “os indicadores de risco”, designadamente da temperatura, que está acima dos 30 graus, da humidade, abaixo dos 30% numa grande parte do país, e ventos fortes.
Segundo o DECIR, vão estar no terreno, até sexta-feira, 11.761 operacionais, que integram 2.550 equipas e 2.585 viaturas dos vários agentes presentes no terreno.
Os meios de combate voltarão a ser reforçados a 01 de julho até 30 de setembro, naquela que é considerada a fase mais crítica de incêndios e que mobiliza o maior dispositivo, estando este ano em prontidão 13.891 operacionais, 3.084 equipas, 2.990 veículos, além dos 72 meios aéreos previstos.
Segundo a DON, os operacionais envolvidos este ano no dispositivo de combate aos incêndios rurais aumentaram 7,5% em relação a 2022.
Dados provisórios do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) indicam que, desde o início do ano, deflagraram 3.785 incêndios rurais, que atingiram 8.718 hectares, 66% dos quais referente a matos, 29% a povoamentos florestais e 5% a terrenos agrícolas.