Morreu Charlie Watts, o emblemático baterista dos Rolling Stones, avançou esta terça-feira o seu agente Bernard Doherty e a banda britânica.
O músico natural de Londres, que faz parte das páginas douradas da história do rock, tinha 80 anos e era considerado o membro mais discreto dos Rolling Stones.
"É com imensa tristeza que anunciamos a morte do nosso amado Charlie Watts", revelou o agente, em comunicado.
O baterista dos Rolling Stones faleceu esta terça-feira de forma "tranquila" num hospital de Londres, acompanhado pela família, adianta a mesma fonte.
Charlie Watts era "um querido marido, pai e avô e um dos maiores bateristas da sua geração", sublinha o seu agente.
A família do músico britânico pede privacidade para a família, restantes membros dos Rolling Stones e amigos "nesta hora difícil".
A banda tinha anunciado, no começo deste mês, que Watts não iria participar na digressão norte-americana, sendo substituído pelo músico Steve Jordan.
Charlie Watts tinha sido operado de emergência no início de agosto, devido a um problema de saúde que não foi especificado.
O baterista entrou para os Rolling Stones em 1963, um ano depois da fundação da banda de Mick Jagger, Keith Richards e de Brian Jones, que morreu em 1969.
"Solos? Prefiro tocar com a banda"
Considerado o elemento mais pacato da banda, Watts aprendeu a tocar bateria ao som de músicas jazz, e dos estilos swing e bebop.
Entrou para uma escola de arte e trabalhou como designer gráfico, ao mesmo tempo que tocava em bandas locais em Londres.
Em 1962, juntou-se ao grupo Blues Incorporated e conheceu Brian Jones, e depois o vocalista Mick Jagger e o guitarrista Keith Richards, que nesse ano criaram os Rolling Stones.
Charlie Watts juntou à banda no ano seguinte e tocava em simultâneo noutros grupos, até os Stones se tornarem num caso sério.
Os membros dos Rolling Stones foram morar juntos e respiravam música praticamente 24 horas por dia.
"Nós ensaiávamos muito. O Brian e o Keith não trabalhavam, então, tocávamos e gravávamos o dia inteiro, num estilo de vida boémio. O Mick estava na universidade, mas pagava a renda", contou Charlie Watts.
Conhecido pelo seu estilo sóbrio de tocar bateria e por usar um kit minimalista, Watts era um jogador de equipa e confessou que não gostava de solos de bateria.
"Eu admiro as pessoas que fazem solos, mas prefiro bateristas que toquem com a banda. O desafio do rock&roll é a regularidade. O meu objetivo é criar um som para dançar, que faça balançar e saltar", afirmou Charlie Watts que morreu esta terça-feira aos 80 anos de idade, a maior parte dos quais dedicados a criar a lenda dos Rolling Stones.
Várias personalidades do mundo da música já reagiram à morte de Charlie Watts através das redes sociais.
O cantor britânico Elton John fala num "dia muito triste". "Charlie Watts foi o baterista supremo. O mais elegante dos homens e uma companhia tão brilhante. As minhas mais profundas condolências a Shirley, Seraphina e Charlotte. E, claro, aos Rolling Stones", escreveu Elton John, no Twitter.
Paul McCartney, baixista e vocalista dos Beatles, recebeu com "grande tristeza" a notícia da morte de Charlie Watts.
"Muito amor para a família e condolências para os Stones. Isto é um grande golpe para eles. O Charlie era um pilar , um baterista fantástico, firme como um rochedo. Sempre gostei de ti Charlie, um homem maravilhoso", disse Paul McCartney.
O baterista dos Beatles, Ringo Star, também já lamentou o desaparecimento do seu homólogo percussionista.
"Deus tem abençoe Charlie Watts. Vamos sentir a tua falta. Paz e amor para a família", disse Ringo Star, numa mensagem em que partilhou uma fotografia com os dois bateristas a partilhar uma baqueta.
O músico português João Gil, dos Trovante e Ala dos Namorados, também deixou uma mensagem de despedida e elogio o sentido de ritmo do baterista dos Stones.
Mike Portnoy, baterista da banda de rock progressivo Dream Theater, manifesta a sua tristeza pela morte de Charlie Watts, que considera ser uma influência nos tempos de juventude.
"Os Stones foram uma das bandas com que cresci no final dos anos 60 e início da década de 70. Os nossos heróis estão lentamente a deixar-nos... Carpe Diem", escreveu Portnoy.
Tom Morello, guitarrista dos Rage Against the Machine, considera que o rock não vai ser o mesmo "sem o ritmo, o estilo e a vibração" de Charlie Watts.