Portugal tem "argumentos muito fortes" para integrar Conselho de Segurança da ONU
15-09-2022 - 23:19
 • João Malheiro

Portugal pretende intensificar contactos durante a 77.ª sessão da Assembleia-Geral da ONU para preparar a candidatura ao Conselho de Segurança em 2026. Uma campanha que João Gomes Cravinho diz aos jornalistas ser "multifacetada".

O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, acredita que Portugal tem "argumentos muito fortes" para voltar a integrar o Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU).

O ministro encontrou-se, esta quinta-feira, com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken. A reunião, que decorreu em Washington, foi o primeiro encontro bilateral entre os chefes da diplomacia de Portugal e dos Estados Unidos da América.

Portugal pretende intensificar contactos durante a 77.ª sessão da Assembleia-Geral da ONU para preparar a candidatura ao Conselho de Segurança em 2026. Uma campanha que João Gomes Cravinho diz aos jornalistas ser "multifacetada".

"É uma campanha entusiasmante, com pontos de contacto com países com quem temos trabalhado muito, mas também com países que não temos muito contacto", realça.

"Estou confiante que é possível. Temos dois candidatos rivais que respeitamos, mas, sinceramente, creio que temos argumentos muitos fortes para voltarmos a integrar o Conselho de Segurança", aponta, ainda.

Na próxima semana, Portugal estará representado pelo primeiro-ministro, António Costa, que se deslocará a Nova Iorque para participar na Assembleia-Geral pela segunda vez desde que é líder do Executivo.

Em antecipação à reunião, João Gomes Cravinho admite que a Rússia será um ponto importante, por se tratar de um país permanente do Conselho de Segurança "que comete atrocidades contra a Carta das Nações Unidas".

"Naturalmente, durante a Assembleia-Geral, é normal que haja uma posição dos países sobre esse tema", considera.

Sobre o encontro desta quinta-feira com Anthony Blinken, João Gomes Cravinho destaca "uma intensidade muito positiva deste relacionamento bilateral".

"Falamos também do panorama internacional muito complexo em que vivemos, no qual há uma grande convergência em termos de política externa, nomeadamente, na invasão à Ucrânia e o que é preciso fazer para continuar a apoiar a Ucrânia e contrariar narrativas enganadoras da Rússia que ganham alguma tração", refere, ainda.