Continua por dominar o incêndio na Serra da Estrela que deflagrou na madrugada de sábado na Covilhã. Este é já o incêndio com mais área ardida desde o início do ano.
Segundo o último balanço do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios, até agora já arderam 4.000 hectares nesta zona. No município de Manteigas o fogo terá queimado o equivalente a dois mil campos de futebol.
À Renascença, Pedro Araújo, da Proteção Civil Nacional, fala de uma noite de muito trabalho para os bombeiros e revela que, por prevenção, foram retiradas da aldeia de Cova 30 pessoas.
Já o vice-presidente da Camara da Covilhã fala já na necessidade de medidas de emergência por parte do Estado face aos prejuízos e face à possibilidade de cheias e de arrastamento dos solos, quando as chuvas começarem.
“Estamos agora a fazer, portanto, o inventário dos prejuízos e dos danos causados e a seguir efetivamente iremos a intervencionar, quer com medidas conjunturais, nomeadamente o apoio às madeiras ardidas por parte do Estado, e também medidas de estabilização dos solos”, descreve José Reis.
O autarca explica que sendo uma zona de montanha, onde após este calor intenso, normalmente, se anunciam também chuvas intensas, se não fizermos ações de emergência vamos ter depois situações de desagrado e de prejuízos com as cheias que vão movimentar quer as cinzas, quer os solos muito, muito despidos e movimentar e provocar cheias e arrasto para as bases das aldeias e vilas que estão na base da montanha”.
No combate ao fogo que se alastrou a Manteigas estão mais de 600 operacionais apoiados por 190 viaturas e seis meios aéreos.
Apesar da dimensão e duração deste incêndio na Serra da Estrela, tem sido possível proteger as habitações. Esta madrugada, as autoridades chegaram mesmo a retirar 30 pessoas da aldeia de Cova tendo como prioridade evitar vítimas.
À Renascença, José Reis fala de uma situação que está a obrigar a vigilância de duas aldeias no concelho.
“Na margem poente, já quase na cumeada uma pequena aldeia que existiu em tempos com algum povoamento, mas onde habitam ainda três ou quatro ou cinco pessoas que estariam na iminência de ser retiradas para um local mais seguro. Mas estão a ser acompanhadas, está a ser controlado por meios, por meios de socorro que possam atuar a todo o momento, se for caso disso”, adianta.
Já em relação “à principal comunidade, Verdelhos, que convida a dizer que a nossa comunidade rural nesta época do ano, sobretudo no mês de agosto, aumenta a população. E, portanto, entrar numa evacuação da dessa desta aldeia era um transtorno, um drama bastante acentuado, mas estamos a fazer tudo para o evitar”, acrescenta.
Segundo o autarca, foi montado “um plano muito especial de efetivos de atuação noturna, alguns dos quais em meio à extinção de incêndios seca, sem recurso a viaturas com água, houve deslocação de meios diferentes para o território, para o terreno, e efetivamente estamos esperançados com mais de meio milhar de homens, mais de algumas centenas de veículos diversos com máquinas de rasto florestal” que o incêndio seja debelado.