Os deputados da comissão de inquérito ao Novo Banco aprovaram esta segunda-feira várias alterações ao relatório que passam a responsabilizar também o Governo socialista na decisão de venda à Lone Star, apesar dos votos contra do PS.
À proposta da versão preliminar do relatório elaborada pelo deputado Fernando Anastácio (PS), que referia que "a decisão da venda ao fundo americano "Lone Star" coube ao BdP [Banco de Portugal] no exercício das suas competências", foi introduzida uma alteração da IL, apenas com voto contra do PS e abstenção do PAN, que refere que coube ao BdP "e ao Governo" a decisão de venda.
Paralelamente, uma proposta do BE, aprovada por todos os partidos excluindo o PS, refere-se também à mesma decisão, "tendo o XXI Governo Constitucional tido um papel determinante, tanto nas negociações com a Comissão Europeia como na decisão final".
Já uma proposta do PSD, na qual o PS também ficou isolado, refere que a venda contou com "a colaboração do Ministério das Finanças que foi sendo informado sobre todo o processo".
Uma outra proposta do BE, também aprovada com votos contra do PS, refere que "a venda do NB as suas condições contratuais - definidas pelo BdP e pelo XXI Governo Constitucional, em linha com as imposições europeias - não permitiram a melhor a salvaguarda do interesse público".
Também foi incluída uma proposta do PCP referente à auditoria do Tribunal de Contas, que "reconhecendo que o financiamento público assegurou a estabilidade do sistema financeiro", acaba por confirmar "que os recursos do Fundo de Resolução são recursos públicos e que a venda, como foi feita, não assegurou a melhor utilização do erário público".
Pelo CDS, foi aprovada uma proposta que refere que apesar da salvaguarda do sistema financeiro, "não foi minimizado o seu impacto na sustentabilidade das finanças públicas nem reduzido o risco moral", ao que se somou uma proposta da IL afirmando que o processo não acautelou "da melhor forma a defesa dos contribuintes".
O CDS também vincou que "ficou prevista uma cláusula de backstop, que o Governo não comunicou em Portugal e cujo montante não quantificou publicamente", numa proposta aprovada por todos os partidos à exceção do PS.