O ministro das Finanças demissionário considera que “ser governante não é cadastro” e por isso não deve ser impedimento para desempenhar determinados cargos.
O comentário surgiu na entrevista de quinta-feira à noite, concedida à RTP, a propósito da possível nomeação para governador do Banco de Portugal e as incompatibilidades que são apontadas para o desempenho desse cargo.
“Depois de ter sido presidente do Eurogrupo e ministro das Finanças, gostaria de perguntar-lhe quais os cargos que me reserva sem incompatibilidades”, questionou Centeno.
O ministro acrescentou ainda que não conhece nenhum país “que tenha esse tipo de incompatibilidades escrito em normas”, referindo-se aos diplomas sobre este assunto que estão atualmente em discussão no Parlamento.
Centeno foi questionado sobre se este seria um lugar que gostaria de ocupar. Mário Centeno esclareceu que “é um cargo muito importante para o país e que não vai perder importância nos próximos anos”. “É um cargo que qualquer economista pode gostar de desempenhar”, rematou.
Ainda sobre o seu futuro profissional, Centeno garantiu ainda que “neste momento não tem quaisquer ambições políticas”.
Relação com Costa? “Foi sempre leal, franca e transparente”
Nesta entrevista, Mário Centeno falou ainda sobre a sua relação com o primeiro-ministro António Costa, garantindo que em tempo algum se deteriorou.
“Sempre tivemos uma relação muito leal, franca e transparente”, garantiu o ministro.
O ministro das Finanças foi também questionado sobre a sua relação com o Presidente da República. Centeno garante que foi sempre ao nível institucional e "operada através do primeiro-ministro".
Já sobre o tempo de saída do cargo de ministro das Finanças, Mário Centeno não revelou o tempo exato em que a decisão foi tomada, mas garantiu que é o encerrar de um ciclo que coincide com o fim da sua liderança no Eurogrupo.