O Presidente da República não comenta a demissão da ministra da Saúde, Marta Temido, mas Marcelo Rebelo de Sousa deixou clara a sua preferência para a reforma do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Na Universidade de Verão do PSD, em Castelo de Vide, Marcelo Rebelo de Sousa disse aguardar que lhe chegue "a proposta de exoneração em termos formais" de Marta Temido como ministra da Saúde, assim como a da nomeação do seu substituto.
"Como imaginarão eu não vou comentar o caso concreto. Como disse numa nota que fiz publicar hoje, eu aguardo a proposta de exoneração em termos formais e a proposta correspondente de nomeação de substituto", limitou-se a afirmar o chefe de Estado.
Marcelo Rebelo de Sousa, que falava por videoconferência, respondeu a 15 perguntas colocadas por outros tantos alunos da academia social-democrata.
O Presidente da República voltou a sublinhar que há coisas a esclarecer ainda no diploma da reforma do Serviço Nacional de Saúde e não esconde a preferência.
"Eu vejo lá questões que espero vê-las mais claramente esclarecidas na sua regulamentação. Eu tenho uma preferência que não escondo há muito tempo sobre a forma de gestão do Serviço Nacional de Saúde - sempre no quadro público - mais autónoma e independente do Ministério da Saúde, uma vez que a forma de dependência direta clássica demonstrou limites na sua eficácia."
Numa nota publicada hoje no site oficial da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa já tinha assumido que aguarda o pedido de exoneração da ministra da Saúde, Marta Temido, e a proposta de nomeação do seu substituto.
"O Presidente da República foi informado pelo Primeiro-Ministro, no início do dia de hoje, da intenção da Ministra da Saúde, Marta Temido, de cessar as suas funções, posição essa que aceitava", lê-se num texto colocado na página da Presidência na internet com o título "Nota sobre a intenção da Ministra da Saúde de cessar as suas funções".
O texto refere depois que o "Presidente da República aguarda a formalização do pedido de exoneração, bem como da proposta de nomeação de novo titular", nos termos da Constituição.
Marta Temido apresentou hoje a demissão por entender que "deixou de ter condições" para exercer o cargo, que foi aceite pelo primeiro-ministro.
"A ministra da Saúde, Marta Temido, apresentou hoje a sua demissão ao primeiro-ministro por entender que deixou de ter condições para se manter no cargo", dá conta uma nota enviada às redações na madrugada de hoje.
A 18.ª edição da Universidade de Verão do PSD, que arrancou na segunda-feira, decorre até domingo, numa iniciativa tradicional dos sociais-democratas que não se realizou em 2020 e 2021 devido à pandemia de covid-19.