A diretora-geral da Saúde alertou, este domingo, para a "falsa sensação de proteção" do novo coronavírus que as máscaras dão e salientou que a medida mais importante é o distanciamento social.
"O que é preciso garantir sempre é o distanciamento social", sublinhou Graça Freitas, que também pediu um esforço para evitar levar as mãos à boca e à cara.
Na conferência de imprensa de atualização da informação relativa à crise do coronavírus em Portugal, a diretora-geral da Saúde frisou que as máscaras de tecido feitas em casa, "que nem sequer são impermeáveis, só dão a sensação de segurança de que, como tem um pano à frente da boca, pode falar mais perto de alguém".
"Não pode, os vírus vão passar na mesma", vincou.
A conclusão, para Graça Freitas, é simples: "Não use máscaras. Tenha em atenção a contenção e o distanciamento social."
Fixação de preços das máscaras não está em equação
As máscaras podem não ser tão eficazes como o distanciamento social ou outras medidas preventivas, no entanto, a procura tem sido grande e os preços têm aumentado, em diversas farmácias.
Questionada sobre eventual medida de fixação de preços, para evitar especulação, a ministra da Saúde adotou uma abordagem mais reservada.
“Estamos a tentar atuar ao nível da fiscalização através das autoridades competentes. Essa possibilidade poderá equacionar-se, mas neste momento não está em cima da mesa”, referiu a ministra.
80% dos casos em domicílio. Curva "não explosiva"
Marta Temido revelou, ainda, que a maioria dos 1.600 casos confirmados de contágio por coronavírus são ligeiros e estão a ser tratados em casa: “80% dos casos confirmados são casos ligeiros e estão em tratamento domiciliário.”
Por sua vez, Graça Freitas fez notar que “até à data, a curva tem tido um comportamento ascendente, mas não explosivo”. Porém, avisou que não se pode facilitar.
"É precoce prever como será a curva daqui para a frente. Nada nos deve fazer baixar a guarda. Temos de estar preparados para que esta curva possa ter outro tipo de crescimento”, vincou a diretora-geral da Saúde.
No boletim deste domingo, registam-se 1.600 casos confirmados de contágio pelo novo coronavírus e 14 mortes.