Abrem esta quinta-feira, e decorrem até ao próximo dia 15 de agosto, as candidaturas para que mulheres realizadoras, produtoras e guionistas que tenham estado envolvidas em longas-metragens portuguesas de ficção ou documentais possam ver o seu trabalho passar na Netflix.
A plataforma de streaming estabeleceu uma parceria com a Academia Portuguesa de Cinema para promover o trabalho feminino português na sétima arte. A ideia é que longas-metragens que tenham sido finalizadas em 2019 e 2020 possam ser licenciadas e exibidas na Netflix em todo o mundo.
A ideia, diz a Academia de Cinema em comunicado, é “contribuir para colmatar as disparidades de género no setor do cinema e audiovisual em Portugal”. O talento feminino que for selecionado, receberá por “cada um dos filmes licenciados, uma dotação monetária no valor de 15 mil euros.”
No portal da Academia Portuguesa de Cinema foi já disponibilizado o regulamento para a Convocatória Aberta que prevê, por exemplo, que cada uma das candidatas possa submeter no máximo duas obras. Qualquer questão poderá ser esclarecida através do endereço convocatorianetflix@academiadecinema.pt.
O comité de seleção dos filmes é constituído pela atriz Carla Chambel, também vice-presidente da Academia; Fátima Ribeiro, guionista, professora e realizadora; Isadora Laban, Gestora de Conteúdos da Netflix Portugal e Espanha; Maria João Seixas, produtora e jornalista cultural; Tota Alves, guionista e realizadora. Os resultados só serão conhecidos em outubro e serão selecionados ao todo, até cinco filmes para licenciar e exibir na Netflix.
Carla Chambel fala em orgulho. A vice-presidente da Academia Portuguesa de Cinema refere que “numa época em que o movimento feminista tem, finalmente, ocupado espaço nas mais diversas áreas da sociedade”, esta parceria com a plataforma de streaming é um “passo no sentido de valorizar o trabalho das cineastas portuguesas”. “Esta iniciativa permitirá não só conhecermos as obras e as suas criadoras, mas também dar visibilidade a diversas perspetivas do mundo e do país, através do seu talento”, diz Chambel.
Também Isadora Laban, afirma que “com iniciativas como o Fundo Netflix para a Criatividade Inclusiva”, o serviço de streaming tem vindo “a trabalhar globalmente no sentido de aumentar a representatividade das mulheres no sector audiovisual e do cinema”. Para a Gestora de conteúdos da Netflix Portugal e Espanha, esta parceria dá um impulso na criação de “oportunidades para dar protagonismo ao talento e ao trabalho de criadoras em todo o mundo”.