Alguns órgãos de comunicação asiáticos noticiaram a morte de Kim Jong-Un, líder da Coreia do Norte, outros anunciam que o líder está em estado vegetativo depois de uma operação devido a problemas cardiovasculares. No meio de muita informação e contra-informação, há até quem escreva que Kim fará uma aparição pública em breve, desmentindo os problemas de saúde.
Segundo a Reuters, a China enviou uma equipa de especialistas médicos para a Coreia do Norte para aconselhar os profissionais de saúde do país em relação ao estado de saúde de Kimg Jong-Un, o que alimentou as dúvidas em relação à gravidade dos problemas do líder norte-coreano.
Os rumores de que o líder norte-coreano estaria em piores condições de saúde começaram no início da semana. O jornal "Daily NK", feito por dissidentes norte-coreanos que vivem na Coreia do Sul, anunciou que Kim estaria a recuperar de uma cirurgia cardiovascular, nos arredores de Pyongyang, que teria decorrido a 12 de abril.
Uma televisão de Hong Kong anunciou a morte de Kim Jong-Un, citando uma "fonte sólida" no país que é considerado um dos mais fechados do mundo, enquanto que outros órgãos dizem que o ditador norte-coreano estará em estado vegetativo, depois da cirurgia ter corrido mal.
As informações são contraditórias, e o Ministério da Saúde chinês não prestou mais esclarecimentos sobre a situação à Reuters, que alertou ainda que uma fonte sul-coreana garantiu que Kim estaria vivo e até faria uma declaração pública em breve. A China é o principal aliado da Coreia do Norte.
Donald Trump, presidente dos Estados Unidos da América, disse, na quinta-feira que as notícias sobre o estado de saúde de Kim "estavam incorretas", enquanto que Mike Pompeo, Secretário de Estado, garante que o país está atento à situação.
O governo sul-coreano assegurou que não detetou "atividade inabitual" na Coreia do Norte, enquanto o Japão optou por não comentar a informação emitida pelos dissidentes norte-coreanos.
Primeiro líder a falhar celebração do Dia do Sol
A ausência de Kim nas celebrações de uma das datas mais importantes do país foi o acontecimento que espoletou a dúvida em relação ao seu estado de saúde.
A 15 de abril celebra-se o "Dia do Sol", que marca o aniversário do fundador do regime político do país, Kim Il-sung, avó do atual líder.
Por tradição, Kim Jong-Un visita o Palácio do Sol de Kumsusan e presta tributo ao fundador da Coreia do Norte, com ampla cobertura dos media controlados pelo regime.
A "NK Daily" aponta que foi defendido que a sua ausência foi motivada por receios em torno da pandemia da Covid-19. No entanto, o país não anunciou, à data, qualquer caso positivo.
O líder político da Coreia do Norte assumiu o poder quando o seu pai, Kim Jong II, morreu em 2011, devido a um ataque cardíaco. Kim Jong-Un é o terceiro líder de um país em que a sucessão na liderança do país funciona de forma hereditária.
A Coreia do Norte é um dos países mais isolados do mundo, devido ao regime socialista altamente opressivo. O estado de saúde dos representantes governamentais é tratado como segredo de estado.