A taxa de retenção de médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS) é superior a 70%, disse esta sexta-feira o ministro da Saúde que, ainda assim, admite que a situação não é simétrica em todo o país.
“Temos tido taxas de retenção superiores a 70%. Acho que é o que é aceitável parque hoje existem alternativas que não existiam quando eu era um jovem médico. O mundo era menos plano do que é hoje”, disse Manuel Pizarro.
O governante reagia assim a uma pergunta sobre a falta de médicos e a vontade demonstrada por muitos de abandonar o SNS, tendo admitido que existe um problema e garantido que o Governo está a trabalhar na resolução. “Temos uma situação que não é simétrica no país todo. Estamos a trabalhar na resolução do problema em cada uma das regiões”, disse.
O ministro da Saúde afirmou que “do ponto de vista estrutural, o problema exige a formação de mais médicos”, um processo “demorado que começou este ano”, acrescentou. “Mas tem de haver medidas de contingência para garantir acesso aos cuidados”, admitiu.
Desafiado a dizer como se cativam médicos estrangeiros, Pizarro preferiu analisar o panorama atual. “Temos no SNS largas centenas de médicos estrangeiros. São centenas de espanhóis e largas dezenas de outras geografias”, referiu.
O governante falava aos jornalistas em Matosinhos (distrito do Porto) onde hoje visitou as instalações da Unidade de Saúde Familiar (USF) Godinho de Faria, em São Mamede de Infesta.
A Unidade Saúde Local de Matosinhos (ULSM), a funcionar desde 1 de fevereiro, transitou diretamente de Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) para USF modelo B, "um percurso inovador ao nível dos cuidados de saúde primários”, segundo informação remetida à agência Lusa.
Nesta USF, é dada resposta a cerca de 17 mil utentes das freguesias de São Mamede de Infesta e Leça do Balio.
São oito as equipas de saúde familiar (médico, enfermeiro e secretário clínico).
Antes, ao início da manhã, também em Matosinhos, Manuel Pizarro foi ver o arranque da construção da USF Progresso, em Perafita.
A construção da USF Progresso visa dar resposta em cuidados de saúde de proximidade à população residente na União das Freguesias de Perafita, Lavra e Santa Cruz do Bispo.
O projeto foi anunciado há cerca de um ano e o investimento é superior a 1,7 milhões de euros.