Mesmo com a subida da inflação e os preços a disparar, nem Sandra, nem Tiago abdicam de contribuir para a campanha do Banco Alimentar Contra a Fome.
Sandra Abreu reconhece que não contribui com “tanto como outrora”, mas “não passa sem dar qualquer coisa”.
“Também tenho as minhas necessidades e sei que tudo faz falta”, aponta a bracarense à saída do hipermercado.
Já Tiago admite que este é “um tempo difícil”, mas que é sempre possível dar uma ajuda. “No fundo nunca custa. Fazemos as contas e encaixamos aqui o que vamos dar”, explica o jovem.
E feitas as contas, há produtos que aparecem menos vezes nos sacos de donativos. É o caso do “azeite”, aponta à Renascença Pedro Sousa, um dos voluntários do BA de Braga.
“O azeite tem vindo a ficar cada vez mais caro e já não é um produto que se vê tanto nos sacos como antes”, explica.
“Apesar da inflação não notamos muita perda”. “Claro que os produtos estão mais caros, mas há sacos de todos os tamanhos”, conta.
Mas, apesar das dificuldades, os portugueses têm sido generosos, garante o jovem voluntário, que se diz convencido que os donativos deste fim de semana poderão mesmo ultrapassar os resultados da última campanha.
“Desde a pandemia que se tem notado o aumento a cada campanha do aumento significativo das doações”. E este fim de semana não será exceção, acredita Pedro. “Os carrinhos têm vindo a encher demasiado depressa”.
"Uma solidariedade incrível dos portugueses"
Em declarações à Renascença, Isabel Jonet, presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome , diz que os resultados têm "superado muitas expectativas", especialmente num "contexto económico muito difícil, com os preços dos produtos básicos mais elevados e com muitas famílias em dificuldades".
"Portanto, isso demonstra uma solidariedade incrível dos portugueses, mas também uma confiança muito grande nos bancos alimentares."
Esta Dia da Mãe, Isabel Jonet sabe que "há muitas atividades" e que, "provavelmente", não haverá tantos voluntários. "Portanto, deixo um apelo aos portugueses que, se puderem, contribuam. Estes alimentos não são suficientes, porque, infelizmente, temos mais pedidos."
Na última recolha, em novembro, o BA angariou mais duas toneladas de alimentos em todo o país, mais 21% do que em mesmo período de 2021.
[Notícia atualizada às 17h00 de 7 de maio de 2023]