Depois da maestra ucraniana Oksana Lyniv em 2022, o Prémio Europeu Helena Vaz da Silva para a Divulgação do Património Cultural deste ano distinguiu o barítono Jorge Chaminé, o atual presidente do Centro Europeu da Música.
Em comunicado a organização, do Centro Nacional de Cultura, em colaboração com a Europa Nostra – a voz do património na Europa – indica que é o reconhecimento “à excecional contribuição de um dos maiores embaixadores artísticos e intelectuais do património cultural europeu, tanto imaterial quanto material”.
O júri presidido por Maria Calado – presidente do Centro Nacional de Cultura – sublinha o percurso de Jorge Chaminé, sobretudo nos últimos anos. “Após uma carreira internacional de grande sucesso como barítono, durante a qual apresentou e divulgou o património cultural da Europa em muitos teatros de ópera e salas de concerto, não só na Europa, como no resto do mundo, Jorge Chaminé decidiu dedicar os últimos 20 anos da sua vida à promoção do espírito e identidade europeus através da música clássica, trabalhando maioritariamente em regime de voluntariado”.
Nascido no Porto, Chaminé é nas palavras do júri “o criador e presidente do Centro Europeu da Música, sedeado em Bougival, perto de Paris, ponto de encontro entre artes, humanidades, ciências e gerações, que celebra a música como linguagem universal, no cerne da identidade europeia e dos seus valores humanistas”.
Surpreendido com o prémio, Jorge Chaminé considera que a distinção “é dirigida sobretudo ao reconhecimento da importância da Música para o património cultural europeu: pelas suas inúmeras capacidades para construir elos entre os seres humanos, pela universalidade da sua linguagem, pelo seu talento em unir a diversidade, pela sua capacidade de falar a cada um de nós e de nos falar coletivamente, pelo “milagre” de poder reunir a mente, o coração e o corpo, tríptico do ser humano completo”, referiu.
Chaminé que diz ter dedicado toda a sua vida à música agradece o “prestigioso prémio que leva o nome de uma excecional personalidade da vida cultural e política, nacional e europeia: Helena Vaz da Silva”.
Do curriculum Jorge Chaminé, o júri destaca o facto de se dedicar “especialmente à salvaguarda da memória e do legado da famosa mezzo-soprano hispano-francesa Pauline Garcia-Viardot (1821-1910), que pode ser considerada a mais influente “mãe-fundadora” da Europa da Cultura, e à preservação de importantes lugares de memória em Bougival, perto de Paris, nomeadamente a Villa Viardot - que foi restaurada e é inaugurada este sábado, 16 de setembro graças à sua liderança inspiradora e a esforços incansáveis, entre os quais o da Europa Nostra - e a Casa Bizet onde o compositor criou a sua obra-prima, Carmen, que hoje se tornou a ópera mais representada no mundo”.
Instituído em 2013 pelo Centro Nacional de Cultura, em colaboração com a Europa Nostra e o Clube Português de Imprensa, com o apoio do Ministério da Cultura de Portugal, da Fundação Calouste Gulbenkian e do Turismo de Portugal, o Prémio Europeu Helena Vaz da Silva será entregue na Gulbenkian, no próximo dia 23 de outubro às 18h00.
O júri do prémio este ano foi presidido por Maria Calado, presidente do Centro Nacional de Cultura, e integra vários representantes de diversos países, entre eles Francisco Pinto Balsemão (Portugal), presidente do Conselho de Administração do Grupo Impresa, Piet Jaspaert (Bélgica), Vice-Presidente da Europa Nostra, João David Nunes (Portugal), Vice-Presidente do Clube Português de Imprensa, Guilherme d'Oliveira Martins (Portugal), Administrador da Fundação Calouste Gulbenkian, Irina Subotić (Sérvia), Presidente da Europa Nostra Sérvia e Marianne Ytterdal (Noruega), Membro do Conselho da Europa Nostra.