Como a Renascença informou, está a ser preparado um encontro que terá lugar em Assis, em Março do próximo ano, tendo como tema “A economia de Francisco”. Isto é, nas palavras do próprio Papa, “uma economia diferente: que gera vida e não morte, que é inclusiva e não exclusiva, humana e não desumana, que cuida da criação e não a despreza”.
Este encontro reunirá sobretudo jovens economistas de todo o mundo. É neles em quem o Papa aposta para concretizar a economia diferente que ele reclama desde o início do seu pontificado.
A iniciativa vem na linha de outros apelos anteriores, que não tiveram a repercussão desejada. Veja-se, por exemplo, o Compêndio da Doutrina Social da Igreja, de 2004. Ali se lê, no n.º 564, o seguinte: “Os cultores da ciência económica, os operadores do sector e os responsáveis políticos devem advertir para a urgência de se repensar a economia, considerando, por uma parte, a dramática pobreza material de milhões de pessoas e, por outra, o facto de que as atuais estruturas económicas, sociais e culturais sentem dificuldade em assumir as exigências de um autêntico progresso” (esta última frase é retirada da mensagem de João Paulo II para o Dia Mundial da Paz de 2000).
Por sua vez, o Papa Bento XVI, na sua encíclica “Caridade na Verdade”, de 2009, alertava para a necessidade de “uma nova e profunda reflexão sobre o sentido da economia e dos seus fins, bem como uma revisão profunda e clarividente do modelo de desenvolvimento, para se corrigirem as suas disfunções e desvios”.
Por vezes há quem se surpreenda e até se escandalize com as posições nesta área do Papa Francisco. Reação que tem muito a ver com o alheamento de numerosos católicos em relação à Doutrina Social da Igreja. Oxalá o encontro de Assis contribua para que se ultrapasse tal desconhecimento. A economia de Francisco é a economia do Evangelho.