A presidente do Conselho das Finanças Públicas (CFP) considera que o processo de atualização das pensões de reforma foi mal conduzido pelo Governo.
Na conferência de imprensa sobre o relatório de atualização das perspetivas económicas e orçamentais 2022-2026, Nazaré Cabral admitiu que o Executivo lidou com a atualização das pensões “de forma pouco transparente e pouco clara” e defendeu que a alteração à lei deveria ter sido feita com antecedência.
"O processo foi pouco transparente, enviesado, mal explicado e mal conduzido", reforçou Nazaré Cabral.
“Houve tempo para proceder a uma alteração à lei”, frisou a presidente do CFP, quando questionada pelos jornalistas sobre a solução adotada pelo Governo para atualização das pensões em 2023.
Nesta conferência de imprensa, Nazaré Cabral admitiu, por outro lado, que a economia deverá travar a fundo em 2023, com um crescimento de apenas 1,2%, menos 5,5 pontos do que a previsão para este ano.
No entanto, a Comissão Europeia e o FMI apontam para um crescimento de 1,9%, o Banco de Portugal 2,6% e a OCDE 1,7%.
Quanto à inflação, apesar de estar a penalizar famílias e empresas, tem ajudado o Governo a aumentar a receita. Nazaré Cabral admite que o Executivo pode mesmo apresentar mais um “brilharete orçamental”, que inclui um excedente orçamental em 2023.