Defesa de Rendeiro propõe caução de 2.200 euros para ser libertado
15-12-2021 - 11:47
 • Renascença com Lusa

Audição desta quarta-feira, em Durban, teve vários imprevistos, desde a falta de luz no tribunal à falha no computador.

A defesa de João Rendeiro propôs esta quarta-feira, em tribunal sul-africano, dar uma caução de 40.000 rands (cerca de 2.200 euros) ao defender o pedido de liberdade.

O valor foi avançado pelo advogado Sean Jelly ao defender o pedido de liberdade sob caução no tribunal, onde o antigo banqueiro está presente.

João Rendeiro, detido desde sábado, numa operação que resultou da cooperação entre as polícias portuguesa, angolana e sul-africana, foi novamente a tribunal, depois de terem sido adiadas as duas últimas sessões.

O MP já disse que não vai aceitar o pedido de libertação com pagamento de caução e deve pedir a prisão provisória de João Rendeiro com base no perigo de fuga e no facto de o ex-banqueiro já ter sido condenado três vezes, uma das quais com sentença de prisão efetiva para cumprir.

Hoje, em declarações aos jornalistas à saída da esquadra de polícia de Verulam, nos arredores de Durban, o ex-presidente do Banco Privado Português (BPP) disse que não está a desafiar a justiça portuguesa ao dizer que não vai voltar para Portugal.

Questionado sobre se acha que vai ficar na África do Sul, João Rendeiro respondeu em duas palavras: "Vamos ver".

Audição à porta fechada

João Rendeiro compareceu no tribunal à hora marcada (8h30, 6h30 em Lisboa), mas uma falta de energia fez com que tivesse de ser transportado para uma esquadra da polícia. Daí, foi novamente deslocado para um tribunal de família para que pudesse ser ouvido.

Contudo, também aí a audição não pôde começar logo, devido à avaria de um computador.

A audição começou, finalmente, pelas 10h40 (hora de Lisboa), mas sem a presença da comunicação social.

Rendeiro estava fugido à justiça há três meses e as autoridades portuguesas reclamam agora a sua extradição para cumprir pena em Portugal.

O ex-banqueiro foi condenado em três processos distintos relacionados com o colapso do BPP, tendo o tribunal dado como provado que retirou do banco 13,61 milhões de euros.

O colapso do BPP, em 2010, lesou milhares de clientes e causou perdas de centenas de milhões de euros ao Estado.