Um em cada oito bebés nasceu em zonas de conflito em 2015, conclui um relatório da UNICEF divulgado esta quinta-feira. O número de crianças nascidas em locais de guerra aumentou em mais 125 mil este ano em relação a 2014, subindo para mais de 16,5 milhões em todo o mundo.
As guerras civis da Síria, República Centro-Africana e Sudão do Sul foram as que mais contribuíram para este aumento.
A UNICEF alerta que as crianças nascidas em contextos de conflito armado estão mais expostas a problemas de desenvolvimento emocional e cognitivo, correndo o risco acrescido de poderem morrer antes de atingirem os cinco anos de idade.
“Existe alguma maneira pior de começar a vida?”, questiona o director-executivo da UNICEF, Anthony Lake, em declarações à agência Reuters.
Um destes bebés é um rapazinho chamado Dilgesh, filho de uma refugiada síria chamada Nahide, com 19 anos. Separada dos pais por causa da guerra, a jovem mãe e o seu filho de sete meses puseram-se a caminho da Turquia, contou um funcionário da organização.
Christopher Tidey confessa ter ficado estupefacto com a jovem e com a sua “força interior”.
A professora de ciência política Debra DeLaet já escreveu sobre a temática dos bebés nascidos em zonas de conflito, e observa que as crianças que nascem na sequência de uma violação também correm riscos. “Há casos de mulheres que tentam matar os filhos à nascença”, aponta.
Outras crianças ficam vulneráveis ao abandono ou à rejeição por parte de membros da família, sublinha a especialista.
Para o próximo ano, a agência das Nações Unidas para as crianças projecta um aumento para 16,7 milhões de bebés nascidos em zonas de conflito.