A chuva que caiu durante a semana da Páscoa trouxe boas notícias para as barragens algarvias. Excetuando a barragem de Odeleite, todas as albufeiras têm já mais água do que na mesma altura do ano passado.
Em declarações à Renascença, o presidente da Águas do Algarve, António Eusébio, mostrou-se satisfeito com a evolução positiva registada nos últimos dias, em que foram captados mais de 29 mil milhões de litros de água.
“Tivemos uns dias generosos no Algarve, foi uma boa nova. Foi um bom encaixe desde o dia 28 até hoje, foram 29 hectómetros de água [29 mil milhões de litros]. No entanto, as ribeiras continuam a correr, o que nos faz ter a expectativa de ter mais alguma entrada nas albufeiras nos próximos dias.”
Comparativamente ao ano passado, António Eusébio avança três valores. O sistema de Odeleite tem menos 14 hectómetros, comparativamente a período homólogo. Já o sistema do Barlavento melhorou, com mais oito hectómetros cúbicos de água. A albufeira do Barlavento tem mais de dois hectómetros.
“Esta chuva é uma prova que as albufeiras fazem falta porque, se não tivéssemos barragens, esta água não ficava retida. Temos projetos estruturantes que estão em curso. São aqueles que estão no âmbito do plano de recuperação e resiliência. Esses projetos estão previstos para o ano de 2026 e, portanto, não podemos ainda ficar aliviados porque choveu um pouco mais agora. Vamos conseguir passar o ano de 2024, mas ainda temos a barreira de ultrapassar 2025 e chegar até 2026.”
Os efeitos da depressão Nélson, que na última semana trouxe muita chuva a todo o país, ajudaram a melhorar as reservas de água nas barragens de todo ao país e a situação de seca no Alentejo e Algarve.
De acordo com os últimos dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), relativos a fevereiro, verificou-se uma ligeira diminuição da área em seca meteorológica no Baixo Alentejo e no Algarve e uma diminuição significativa da intensidade no sotavento Algarvio.
No final de fevereiro, a bacia do Barlavento continuava a ser a que tinha a menor quantidade de água, apenas 12,5% (9,4% no fim de janeiro), quando a média é de 68,4%. Depois da depressão Nélson, a bacia do Barlavento atingiu 20,8% da capacidade total