Nos últimos 20 anos, pelo menos 233 mil crianças norte-americanas foram expostas a episódios de violência armada durante o horário escolar, segundo uma investigação realizada pelo "Washington Post".
Apesar das escolas continuarem a ser consideradas dos lugares mais seguros para crianças, nos Estados Unidos, os tiroteios em zonas escolares têm aumentado.
Em 2018, mais de uma vez por mês ocorreram, em escolas e universidades americanas, tiroteios de onde resultaram mortes.
A maior parte foram iniciados por antigos ou atuais estudantes das instituições de ensino, sendo que 78% dos atiradores obtiveram as armas na sua própria casa ou em casa de familiares e amigos.
O mais recente episódio ocorreu no último fim de semana, quando dois jovens foram mortos a tiro no estacionamento de uma escola primária, na Califórnia. Ainda não foram apuradas as motivações dos atiradores.
Contudo, a Everytown for Gun Violence, a maior organização contra a violência armada nos EUA, alerta que não é só em contexto escolar que as crianças estão expostas a este tipo de violência.
Cerca de 1.300 crianças americanas morrem todos os anos vítimas de disparos, sendo que as probabilidades destes episódios ocorrerem em casa ou na rua continuam a ser mais elevadas do que na escola.
Tal como acontece com outros tipos de violência no país, os estudantes de cor, e negros em particular, são desproporcionalmente afetados, representando 24% das vítimas em tiroteios ocorridos em escolas, apesar de representarem apenas 15% da população escolar até ao ensino secundário.
Nos Estados Unidos, todos os dias morrem baleadas 100 pessoas, 25 vezes mais do que em qualquer outro país desenvolvido.