As forças da Marinha russa destacadas no mar Negro dispararam esta quarta-feira tiros de advertência contra um contratorpedeiro britânico que terá entrado em águas territoriais russas a sul da península ucraniana da Crimeia, divulgou a defesa russa.
"O contratorpedeiro foi avisado com antecedência sobre o possível uso de armas em caso de violação da fronteira estatal da Rússia. Não reagiu ao aviso", alegou o Ministério da Defesa russo, citado pela agência Interfax, informando que um avião Su-24 e um "navio de patrulha fronteiriça" dispararam "tiros de advertência".
Após os disparos, o navio de guerra britânico deixou a área e o incidente não teve mais desenvolvimentos.
Segundo a informação disponibilizada pelo ministério russo, um navio de patrulha da armada russa efetuou os primeiros dois disparos de aviso e poucos minutos depois o aparelho Su-24M lançou quatro bombas OFAB-250 numa área em frente ao navio de guerra britânico.
"Às 12h23 horas locais (10h23 hora de Lisboa), as ações conjuntas da frota do mar Negro e das tropas da guarda fronteiriça acabaram com a violação da fronteira estatal russa pelo contratorpedeiro HMS Defender, que se retirou das águas territoriais russas", acrescentou o ministério russo.
Reino Unido nega disparos e incidente diplomático
O Ministério da Defesa britânico desmente a versão dos russos e nega a existência dos disparos, mas a BBC dá conta de que um correspondente a bordo do HMS Defender ouviu vários aviões da Força Aérea russa a sobrevoar a embarcação.
Segundo o Governo britânico, "o HMS Defender estava a usar a rota mais direta e internacionalmente reconhecida entre a Ucrânica e a Geórgia".
Um porta-voz do Ministério da Defesa, citado pela BBC, conta que os britânicos foram avisados que iam ser realizados exercícios militares no mar Negro mas o HMS Defender prosseguiu com a manobra "de rotina".
Na sequência deste incidente, o Ministério da Defesa russo convocou o adido militar da embaixada do Reino Unido na Rússia.
O incidente relatado por Moscovo ocorreu perto do Cabo Fiolent, a sul da península ucraniana da Crimeia, território anexado pela Rússia em 2014, numa ação fortemente condenada pelo Ocidente.
No passado dia 14 de junho, Moscovo informou que a Marinha russa tinha iniciado a monitorização dos movimentos do contratorpedeiro britânico Defender e da fragata Everton da Armada holandesa, após a respetiva entrada nas águas do mar Negro.