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A especialista em vacinas e médica de saúde pública Etelvina Calé não acredita que haja relação entre a administração da vacina da Astrazeneca e a ocorrência de fenómenos tromboébolicos.
“Nós não temos qualquer aumento deste tipo de fenómenos e, como tal, nada nos leva a fazer pensar que há uma relação causa-efeito entre a administração da vacina e o aumento dos fenómenos tromboembólicos”, diz à Renascença.
Etelvina Calé lembra que “fenómenos tromboembólicos sempre houve e sempre continuará a haver, por outras causas” e diz acreditar no rigor das autoridades de saúde portuguesas.
“Se houvesse uma suspeita, por mais ténue que fosse, que esses fenómenos poderiam estar relacionados com a administração da vacina, ela teria sido sujeita a alguma medida cautelar. O Infarmed e a DGS não tratam estes assuntos de ânimo leve”, assegura.
Esta especialista considera que os países que suspenderam temporariamente a administração da vacina ou lotes da vacina fizeram-no como medida de precaução máxima.
Vários países suspenderam a vacina da AstraZeneca depois de terem sido conhecidos vários casos de formação de coágulos sanguíneos. Contudo, o Infarmed e a DGS apontam que "até ao momento não há evidência de que a vacinação possa estar na origem destes eventos".
"O número de eventos tromboembólicos comunicados na população vacinada na União Europeia (cerca de 5 milhões de doses) e no Reino Unido (cerca de 11 milhões de doses) continua a não ser superior ao verificado na população em geral", esclarecem.
De qualquer forma, todos os casos notificados até agora estão a ser avaliados pelo Comité de Segurança, PRAC, da Agência Europeia de Avaliação de Medicamentos (EMA), "esperando-se uma conclusão durante a próxima semana", acrescentam Infarmed e DGS.
Entre os países que suspenderam esta vacina estão Dinamarca, Bulgária, Itália, Noruega, Irlanda e Países Baixos. A Áustria suspendeu um lote considerado danificado, tal como Estónia, Lituânia, Letónia e Luxemburgo (sempre o mesmo lote, que fora entregue em 17 países e incluia um milhão de vacinas). A França confirmou que continuará a administrar a vacina.
Esta segunda-feira, creches, infantários e primeiro ciclo voltam a abrir, bem como as livrarias, o comércio automóvel e os cabeleireiros. Também volta a ser permitida a venda o postigo e a ser permitida a permanência em parques e bancos de jardim.
O teletrabalho e o dever geral de confinamento mantêm-se como regras gerais previstas no plano do Governo.
O plano prevê novas fases de reabertura em 5, 19 de abril e 3 de maio, mas as medidas podem ser revistas se Portugal ultrapassar os 120 novos casos de infeção pelo novo coronavírus por dia por 100 mil habitantes a 14 dias, ou, ainda, se o índice de transmissibilidade (Rt) do vírus SARS-CoV-2 ultrapassar 1.
A deslocação entre concelhos para a generalidade da população continua interdita nos dois próximos fins de semana e na semana da Páscoa (26 de março a 5 de abril), e o dever de recolhimento domiciliário vigora até à Páscoa.
Em Portugal, morreram 16.684 pessoas dos 814.257 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A pandemia provocou, pelo menos, 2.649.334 mortos no mundo, resultantes de mais de 119,4 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.