O fundo que controla o grupo Global Media não vai pagar os salários em atraso até que seja conhecida a decisão da Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC) e retirada uma ação de arresto interposta pelo empresário Marco Galinha.
A informação foi avançada esta quinta-feira numa nota assinada por José Paulo Fafe, presidente da comissão executiva do grupo que detém os títulos Jornal de Notícias, Diário de Notícias, TSF, O Jogo, entre outros.
"O World Opportunity Fund (WOF) transmitiu-me no dia de hoje a sua indisponibilidade em efetuar qualquer transferência, sem que o Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) conclua o processo administrativo autónomo para a aplicação do artº 14 da Lei da Transparência, e que pode eventualmente resultar na inibição do exercício dos direitos de voto por parte do WOF", refere José Paulo Fafe.
O fundo que controla da Global Media também não vai transferir dinheiro para pagamento de salários e outras despesas "até que o alegado procedimento cautelar de arresto anunciado publicamente pelo empresário Marco Galinha seja retirado".
José Paulo Fafe adianta que "não tem qualquer conhecimento, a não ser através da Comunicação Social, de qualquer proposta de aquisição de ativos do GMG".
Em declarações no Parlamento a 9 de janeiro, o presidente da Global Media disse que teve uma reunião com o fundo WOF e que teve "promessa" de uma transferência "até ao início da semana que vem" para pagar os salários em atraso.
O grupo Global Media tem os salários de dezembro em atraso e também não pagou o subsídio de Natal. E pretende dispensar entre 150 a 200 trabalhadores.
A 10 de janeiro, os trabalhadores dos títulos do grupo realizaram uma greve.