Havia claro conhecimento antecipado que o Benfica iria passar por grandes dificuldades frente ao Bayern de Munique mesmo sabendo-se que o jogo era no Estádio da Luz e que o incessante apoio do seu público poderia ajudar a minimizar os estragos.
E assim aconteceu durante setenta minutos.
Nesse período a equipa benfiquista esteve sempre em jogo, e até foi capaz de construir algumas jogadas que levaram perigo às balizas alemãs, onde um dos melhores guarda-redes do mundo teve sempre o talento suficiente para evitar que a equipa portuguesa se adiantasse no marcador.
Além disso, os bávaros também chegaram amiúde ao último reduto benfiquista, deixando sempre a ideia de que mais tarde ou mais cedo a balança haveria de acabar por pender para o seu lado.
O minuto setenta, quando o Bayern já se manifestava por cima do jogo, foi crucial para o que aconteceria a seguir. Ou seja, a brutal máquina germânica passou a rolar com toda a intensidade, em contraste com a quebra física e anímica já então evidenciada pela equipa comandada por Jorge Jesus.
As substituições no jogo da Luz também foram decisivas, pois enquanto as mudanças no Benfica baixavam claramente o rendimento global da equipa, na formação bávara a sua estrutura subiu de forma evidente, contribuindo de forma decisiva para o afundamento português. Ngabry tornou-se aí no grande carrasco do conjunto português.
A ideia de que o Benfica possui uma segunda equipa de grande qualidade foi desmentida mais uma vez ontem à noite. Os suplentes que entraram a partir dos 76 minutos, Everton, Gonçalo Ramos, Pizzi e Taarabt, haviam sido todos titulares no desafio na Trofa, marcado por exibições medíocres de alguns destes atletas. E o que fizeram frente ao Bayern pouco foi além do zero.
Apesar do resultado de ontem e das causas que possam estar na sua origem, nada está perdido pelo Benfica na Liga dos Campeões Europeus. Pelo contrário, continua em aberto a possibilidade de chegar à fase a eliminar, se entretanto algumas coisas mudarem para melhor nos próximos e decisivos jogos.
Em relação à jornada de ontem é também justa uma referência aos portugueses do Manchester United.
Sem Cristiano Ronaldo e Bruno Fernandes, Old Trafford teria acabado por se transformar no verdadeiro teatro dos pesadelos.