O Papa Bento XVI está “absolutamente cheio de vida. Está estável na sua fraqueza física, perfeito de cabeça e abençoado com o seu sentido de humor tipicamente bávaro”, diz o seu secretário pessoal, o arcebispo Georg Ganswein.
Ganswein respondia assim a notícias que foram publicadas nos últimos dias dando conta de uma carta enviada pelo Papa emérito a um mosteiro cisterciense, a propósito da notícia da morte de um monge de quem era muito amigo.
“De todos os meus colegas e amigos, era o mais próximo”, diz Bento XVI sobre Gerhard Winkler, que para além de monge tinha também uma carreira académica.
“Agora ele está na Vida eterna, onde certamente muitos amigos o aguardam. Espero poder-me juntar a eles em breve”, diz.
A carta de Bento XVI é datada de 2 de outubro e foi divulgada pelo mosteiro.
Em declarações reproduzidas pela versão alemã da Catholic News Agency, o arcebispo Ganswein explica que com essas palavras Bento XVI não está a manifestar um desejo pela morte, ou desprezo pela vida. “Pelo contrário”, diz Ganswein, trata-se da antiga prática cristã do “ars moriendi”, ou a “arte de bem morrer”, isto é, a contemplação da própria morte como forma de se preparar para ela.
“A arte de bem morrer é uma parte da vida cristã. O Papa Bento pratica-a há muitos anos”, disse Ganswein.