Dezassete anos depois ninguém esquece o momento em que o terror nos entrou pela televisão adentro. O dia 11 de setembro de 2001 foi marcado por uma série de ataques terroristas coordenados por 19 terroristas fiéis à Al-Qaeda de Osama Bin Laden.
Quatro aviões de passageiros atirados contra marcos simbólicos da América. Dois contra o World Trade Center em Nova Iorque, um contra o Pentágono e um quarto que, no plano terrorista, atingiria Washington, mas caiu na Pensilvânia depois dos passageiros terem reagido aos terroristas.
Há 17 anos, este foi o dia que mudou o mundo, o dia em que percebemos que a segurança não passa de uma mera noção teórica. O dia em que percebemos que o risco pode estar em qualquer lado.
Foram necessários apenas 102 minutos para fazer colapsar os 110 andares das duas torres do complexo do World Trade Center, que demorou cinco anos a construir (1968-1973).
A onda de choque foi de tal ordem de grandeza que os estragos atingiram outras 10 grandes estruturas adjacentes.
Morreram 2.996 pessoas no conjunto dos ataques e este número inclui os 19 terroristas. Foi um dos dias mais mortíferos da história norte-americana. Também para as forças de segurança: morreram mais de 300 bombeiros e 70 polícias.
Números escondidos por detrás da tragédia.
Cerca de 3.050 crianças perderam, pelo menos, um dos pais no 11 de setembro. Dezassete bebés nasceram de mães cujos maridos morreram nos ataques. E, nove meses após o 11 de Setembro, o número de nascimentos em Nova Iorque subiu 20% em comparação com o mesmo mês em 2000.
Mas os atentados revelaram também o lado mais frágil de um lugar com um inesgotável manancial de vida. Nova Iorque tornou-se uma cidade a pedir ajuda, à procura de explicações, a consumir dependências.
De acordo com um estudo realizado por uma equipa de sociólogos norte-americanos, uma semana depois dos ataques, o consumo de álcool em Manhattan aumentou 25% em relação ao mesmo período no ano anterior, o consumo do tabaco aumentou 10% e o consumo da droga 3%.
Os atendimentos em igrejas e sinagogas aumentaram 20%.
Mas, e depois do 11 de Setembro? Um novo normal: habituámo-nos a um 'check-in' mais demorado nos aeroportos, passámos a aceitar que nos inspecionem as malas de fio a pavio, porque se há coisa que o 11 de Setembro revelou foi a fragilidade de um país que era considerado o mais seguro do mundo e um dos mais honestos em matéria de defesa da democracia e dos direitos humanos.
Depois vieram as guerras no Afeganistão e no Iraque, as primaveras árabes, ascensão de grupos terroristas que reclamam o título de Estado, quando na verdade não passam de um grupo de criminosos.
O auto-denominado Estado Islâmico tem sido responsável pela disseminação do medo no Iraque, na Síria, no Afeganistão, na Nigéria, na Tunísia, na Líbia, e mais perto de nós em França, na Bélgica, no Reino Unido, na Alemanha, na Suécia e aqui mesmo ao lado, em Espanha.