Vai ser a última edição da Feira do Livro de Lisboa que acontece no verão. A garantia é do presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL). Na apresentação da edição 92, que vai decorrer no Parque Eduardo VII, de 25 de agosto a 11 e setembro, Pedro Sobral indicou que este será “o último ano em que a feira é em setembro”.
Em 2023, a Feira do Livro regressa aos meses de “maio e junho”, que continuam a ser “a altura ideal” para editores e livreiros, explicou o responsável. Na conferência de imprensa que decorreu na Estufa Fria, em Lisboa, Pedro Sobral apresentou os novos pavilhões da feira que apostam na sustentabilidade.
“São 340 pavilhões para 140 participantes, mais 10 do que no ano passado”, apontou o presidente da APEL, que acrescentou que os novos pavilhões são “mais amigos do ambiente”, feitos “100% com materiais recicláveis” e contemplam “a acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida”, através de uma rampa extensível.
Um dos pavilhões será entregue à Ucrânia, o país convidado da feira. O desafio lançado à Embaixada da Ucrânia em Lisboa foi prontamente aceite pela anterior diplomata. Pedro Sobral explicou que ainda estão a limar os detalhes desta participação que pretende “potenciar a literatura e autores ucranianos”.
Esta será “a maior edição de sempre” da Feira do Livro de Lisboa, disse o presidente da APEL, que espera “meio milhão de visitantes”.
Apostada em “melhorar a experiência dos visitantes e participantes”, a feira vai ocupar uma área maior do Parque Eduardo VII e regressa ao formato livre das restrições que a pandemia obrigou nos últimos anos.
Presente na apresentação esteve também o presidente da autarquia lisboeta. Carlos Moedas, que falou do “papel da feira na criação de hábitos de leitura”, sublinhou também a aposta na sustentabilidade desta edição. Parte dessa aposta ambiental passa também pela melhoria nas acessibilidades.
Haverá um acordo com a EMEL para tornar as “giras, as bicicletas de partilha como o veículo oficial da feira”, explicou Pedro Sobral.
O presidente da APEL, que não avançou o orçamento desta edição da feira, disse em resposta à Renascença sobre o retorno que os editores terão, que “a feira, apesar de toda a relevância crítica, não é propriamente uma operação comercial”.
Não é na feira “que os editores e livreiros resolverão os problemas de um mercado que tem uma dimensão reduzida”, referiu Pedro Sobral, que lembrou que o evento é sobretudo um momento para o contato direto entre autores e os seus leitores, bem como uma altura para os editores escoarem o stock de fundo de catálogo que “muitas vezes não está disponível nas livrarias”.
Quanto à programação cultural que será anunciada mais à frente, tem já confirmadas a realização de mais de mil iniciativas, e contará com o regresso de lançamentos e experiências de showcooking que tinham sido interrompidas devido à pandemia.