Foi da Grande Mesquita de Paris, a maior e mais antiga de França, que partiu uma condenação formal dos atentados de sexta-feira. “Somos todos vítimas desta barbárie”, disse o reitor. E é essa também a mensagem que deixam os muçulmanos com quem a Renascença falou no pacato bairro Jardin des Plantes, do centro de Paris, onde se situa a mesquita.
“A nossa religião em momento algum diz para praticarmos o mal. Pratico a minha religião como aprendi e faço como ela me pede”, explica um homem.
Perto do mesmo local, uma mulher insiste que o islão é uma religião da paz. “O islão é uma religião pacífica e ensina-nos a não praticar coisas como as que vimos”.
Com todas as pessoas com quem falamos, o tom é sempre o mesmo. “O islão condena actos destes, são actos de barbárie, são coisas desumanas”, diz um jovem.
A mesquita onde nos encontramos foi construída pelo Estado no final da I Guerra Mundial como agradecimento pela participação de soldados islâmicos nesse conflito.
A Grande Mesquita de Paris convocou todos os muçulmanos para comparecerem às 14h00 da tarde da próxima sexta-feira numa homenagem às vítimas que será feita naquele local do quinto bairro parisiense.
A numerosa comunidade muçulmana receia que o radicalismo tenha consequências graves junto da opinião pública francesa e procura passar a mensagem de que o islão não é violência, nem radicalismo.