O Papa vai passar pelas localidades japonesas de Nagasáqui e Hiroxima, atingidas por bombas atómicas na II Guerra Mundial, para rezar pela paz e desarmamento nuclear.
O programa oficial da próxima viagem de Francisco à Ásia, que decorre entre 19 a 26 de novembro, com passagens pela Tailândia e Japão, foi divulgado esta quarta-feira pelo Vaticano.
A 32ª viagem internacional do atual pontificado começa em Banguecoque, com uma série de encontros com autoridades políticas, a comunidade católica, representantes budistas e uma audiência no Palácio Real.
Na Tailândia, o lema da viagem é “Discípulos de Cristo, discípulos missionários”; em 2019 assinalam-se os 350 anos da instituição do Vicariato Apostólico de Siam, que marcou o início da presença da Igreja Católica no país, com a missionação portuguesa.
Francisco chega ao Japão a 23 de novembro, sendo recebido em Tóquio; no dia seguinte, o pontífice visita Nagasáqui e Hiroxima.
De regresso a Tóquio, o Papa vai encontrar-se com as vítimas do chamado “triplo desastre” de 2011 -– terramoto, tsunami e acidente nuclear em Fukushima -, antes de uma visita privada ao imperador Naruhito no Palácio Imperial.
A agenda prevê a celebração da Missa e encontro com jovens católicos.
O lema escolhido para a viagem ao Japão é “Proteger cada vida”, uma das frases contidas na oração que conclui a Encíclica ‘Laudato si’ sobre a ecologia integral.
O Papa concedeu uma entrevista à televisão japonesa KTN, em que fala dos mártires cristãos e das vítimas das bombas atómicas.
Quando leio a história dos mártires cristãos, quando leio a história dessas duas cidades que sofreram o ataque atómico, sinto muita admiração pelo vosso povo. (Penso) nos mártires, com esta perseverança e esta constância na fé para defender o que acreditavam e para defender as suas convicções e a sua liberdade cristã. Depois, poder-se-ia falar de outro martírio mais humano, isto é, a bomba atómica que o povo sofreu. Eu admiro este povo, como foi capaz de reerguer-se depois desta prova infernal”.
Francisco considera que o que se provocou, lançando a bomba atómica, é “monstruoso”.
“Por isso, quero aqui repetir uma verdade: usar a energia atómica para a guerra é imoral”, declarou.