Humberto Pedrosa, que saiu no final de 2021 da estrutura acionista da TAP, após cinco anos de participação através do consórcio Atlantic Gateway, vai ser ouvido, esta terça-feira, na comissão parlamentar de inquérito à tutela política da gestão da companhia aérea.
Dono do grupo Barraqueiro, o empresário português de 75 anos tornou-se sócio no consórcio Atlantic Gateway com o brasileiro David Neeleman, em 2015.
Na altura, o consórcio adquiriu uma participação de 61% na companhia aérea, numa privatização concretizada na reta final do Governo de PSD/CDS-PP liderado por Pedro Passos Coelho.
Mas, a mudança de Governo, que passou a ser liderado pelo socialista António Costa, com o apoio do PCP e BE, levou o empresário novamente à mesa das negociações, reduzindo a participação do consórcio para 45% e reforçando a do Estado, de 39% para 50%. Os restantes 5% do capital ficaram nas mãos dos trabalhadores.
Com a operação parada devido às restrições de mobilidade para conter a propagação do vírus, a TAP entrou em dificuldades e o Governo decidiu nacionalizar a companhia aérea, comprando a participação de David Neeleman por 55 milhões de euros. Humberto Pedrosa e o filho David Pedrosa saíram do conselho de administração da TAP SGPS, onde eram presidente e administrador, respetivamente, mas mantiveram-se como acionistas, deixando a empresa, de forma discreta, em dezembro de 2021.