O porta-voz dos sociais-democratas considerou esta quinta-feira que a indigitação do presidente do PSD como primeiro-ministro respeita a prática constitucional portuguesa e apelou à "responsabilidade parlamentar" dos socialistas para que haja "estabilidade política do Governo".
Numa declaração aos jornalistas, na sede nacional do PSD, em Lisboa, Marco António Costa sustentou que, se sociais-democratas e centristas não podem "oferecer uma solução de maior estabilidade" governativa, isso deve-se "exclusivamente à responsabilidade do PS, que não quis de forma manifesta dar qualquer oportunidade a que se criasse condições de um entendimento".
O vice-presidente e porta-voz do PSD disse esperar "que seja possível contar com o sentido de responsabilidade daqueles que no arco parlamentar no passado sempre estiveram coincidentes com as grandes causas nacionais" e deixou um apelo: "Se até agora não foi possível encontrar essa disponibilidade do PS, que no âmbito da responsabilidade parlamentar seja possível encontrar a estabilidade que não foi até aqui encontrada nas negociações".
"Acto normal"
Já o vice-presidente do CDS-PP Nuno Melo considerou que "indigitar quem venceu é um acto normal em democracia e optar por quem perdeu é que seria estranho", realçando que a responsabilidade é agora dos deputados.
Nuno Melo considerou que este foi um dos discursos mais "importantes, claros e corajosos" de todos os mandatos de Cavaco Silva.
Segundo o centrista - que recordou que Cavaco Silva fez aquilo que todos os Presidentes da República fizeram nos últimos 40 anos - a decisão e a responsabilidade cabe agora aos deputados, sendo de esperar que os parlamentares façam o que tenha que ser feito, escusando-se a antecipar cenários.