O sindicato dos motoristas de matérias perigosas e a ANTRAM acordaram esta terça-feira um pacto de paz social pelo prazo de 30 dias, anunciou o vice-presidente da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias.
Paralelamente, patrões e sindicato, que estiveram hoje reunidos no Ministério das Infraestruturas, em Lisboa, colocaram em cima da mesa uma nova proposta salarial "muito próxima" dos 1.200 euros pretendida pelos motoristas, que carece agora do aval dos associados, afirmou o assessor jurídico do sindicato, Pedro Pardal Henriques.
O vice-presidente da ANTRAM, Pedro Polónio, socorreu-se do “dever de sigilo” para não avançar valores, mas salientou que a proposta é “substancialmente diferente” da que tinha sido apresentada inicialmente, estando agora “apta a ser apresentada” aos associados.
“Esta associação não vai colocar, de forma alguma, em causa a rentabilidade destas empresas e não vão ser tomadas decisões sem que as empresas sejam ouvidas”, garantiu Pedro Polónio.
O responsável da associação empresarial notou ainda que, “ao contrário do que se faz passar, estes trabalhadores já têm, de facto, um regime laboral distinto do de grande parte dos trabalhadores”.
Porém, admitiu ser possível ir mais além na valorização destes trabalhadores.
“Não há nada decidido. Foi apresentada uma proposta que nada tem a ver com a proposta que tinha sido apresentada. Temos um período de 30 dias para falarmos com os nossos associados, percebermos se esta proposta é exequível e depois virmos aqui discutir os pormenores de um quadro geral que nos foi aqui apresentado”, reiterou.
Por sua vez, o antigo vice-presidente do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), Pedro Pardal Henriques, notou que a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias veio para este encontro "disposta a negociar", cedendo em vários pontos.
"Chegámos aqui a algumas coisas muito importantes, nomeadamente, relativamente à carga horária que estava sobre estas pessoas, passando a respeitar os horários de trabalho como os de qualquer outro trabalhador”, referiu.
Por outro lado, a ANTRAM comprometeu-se a “verificar as questões relacionadas com o seguro de saúde” e no que diz respeito às questões pecuniárias “foi chegado a um valor que se aproxima muito” do que havia sido pedido, garantiu o sindicato.
Desta forma, ficou, para já, afastado um novo cenário de greve, prometido pelo SNMMP na última reunião com a ANTRAM, caso a associação não se pronunciasse hoje sobre as reivindicações dos motoristas.