Papa. “O bom empresário trabalha ao lado dos trabalhadores"
27-05-2017 - 10:11

Francisco está em Génova numa visita pastoral de 10 horas, que começou com um encontro com trabalhadores, em que o Papa se emocionou.

O Papa Francisco criticou esta manhã a cultura competitiva que se vive em muitas empresas e lembrou aos empresários a importância de estar ao lado dos seus trabalhadores.

“O bom empresário conhece os seus trabalhadores, porque trabalha ao seu lado, trabalha com eles”, afirmou, para sublinhar a importância da experiência da “dignidade do trabalho”.

Num encontro em Génova com trabalhadores da siderurgia Ilva, Francisco defendeu que o mundo do trabalho tem de ser uma prioridade humana e lamentou a situação de tantos jovens desempregados que estão a hipotecar o seu futuro.

O Papa ouviu representantes dos trabalhadores, dos desempregados, dos sindicatos e também dos empresários, a quem avisou que a competição entre colaboradores não é saudável.

“Desejo dizer com força que esta cultura competitiva entre trabalhadores de uma empresa é um horror e, por isso, tem de ser mudada, se queremos o bem da empresa, do trabalhador e da economia.

Francisco pediu ainda aos empresários que não escravizem quem trabalha, respeitando o domingo e os dias de festa. Aos trabalhadores lembrou que “quando não se trabalha, se trabalha mal, se trabalha pouco ou se trabalha muito é a democracia que entra em crise e todo o pacto social”.

O encontro com os trabalhadores da siderurgia decorreu junto ao porto genovês, um local que emocionou o Papa. “Estar tão perto do porto lembra-me donde saiu o meu pai e isso emociona-me muito. Obrigado pelo vosso acolhimento”.

Francisco é filho de imigrantes italianos na Argentina.

O Papa realiza, este sábado, uma visita pastoral de 10 horas a Génova. Da agenda consta um encontro com os bispos da Ligúria, clero, seminaristas e religiosos da região, colaboradores leigos e representantes de outras confissões na Catedral de São Lourenço.

Segue-se um encontro com os jovens da Missão Diocesana no Santuário de Nossa Senhora da Guarda, acompanhado pelos presos da cadeia de Génova, que vão receber uma saudação do Papa no final.

Francisco almoça depois com os pobres, refugiados, sem-abrigo e detidos na sala ‘del caminetto’, no santuário.

Às 15h15 (menos uma hora em Lisboa), visita crianças internadas no Hospital Pediátrico "Giannina Gaslini", antes de presidir à Missa conclusiva, na Praça Kennedy.

O regresso a Roma está marcado para as 18h45.