Marcelo Rebelo de Sousa revelou esta quinta-feira que preferia que António Costa não se tivesse demitido. O Presidente da República considera que não tinha forma de dissuadir António Costa da decisão de se demitir, e diz que agiu em "consequência" dessa decisão.
O Presidente da República não quis pronunciar-se sobre a campanha para a liderança do Partido Socialista, que começa esta sexta-feira o processo de escolha do próximo líder. Porém, questionado pelos jornalistas sobre qual seria o seu candidato favorito, respondeu que "o meu preferido era António Costa”. “O que eu teria preferido era ele ter ficado”, disse.
Marcelo recusou estar arrependido de alguma decisão, assim como da responsabilidade pela demissão. “Quem tomou a decisão foi António Costa, não fui eu. (...) Ele é que me comunicou que se ia embora”, sublinhou o chefe de Estado, que apontou que “a decisão que eu tomei a seguir foi uma consequência e não uma causa da decisão dele”.
“Como é que se dissuade uma pessoa que tem uma convicção muito profunda de que aquilo é a única saída correta na sua vida? É impossível”, concluiu Marcelo Rebelo de Sousa, depois de uma visita ao Centro de Reabilitação de Alcoitão.
O Presidente da República declarou ainda que não tem “nenhuma dúvida” que António Costa pode ser útil como presidente do Conselho Europeu, hipótese reforçada por Francisco Assis no programa Hora da Verdade desta quinta-feira.
“Tem um prestígio europeu excecional e, falando com elementos dos vários grupos políticos europeus, é evidente que ele tem condições” para liderar o organismo da União Europeu.
Marcelo Rebelo de Sousa apontou ainda que o atual primeiro-ministro em funções pode ser "um bom candidato presidencial" a Belém, mas apenas caso não esteja a liderar o Conselho Europeu. "Não pode ser as duas coisas ao mesmo tempo", afirmou.
[atualizada às 15h15]