O ministro das Finanças, Mário Centeno, reafirma que há um desvio de três mil milhões de euros na Caixa Geral de Depósitos.
Ouvido esta sexta-feira na comissão parlamentar de inquérito, Mário Centeno tentou explicar a referência que fez noutra audição, também no Parlamento, no início do mês.
“Por análise da diferença entre o resultado operacional previsto inicialmente e o esperado para o final do plano de reestruturação em 2017 a perspectiva é que essa diferença atinja cerca de três mil milhões de euros. Foi a este desvio que me referi. É uma diferença entre um plano e a sua execução e é assim que deve ser entendido e interpretado”, disse.
O CDS acusou Centeno de ter contribuído com estas declarações para o ruído em torno da Caixa Geral de Depósitos, que o Governo garante não querer alimentar.
“É muito irresponsável dizer que o desvio é em relação à execução porque a execução apurada até ao momento é, na melhor das hipóteses, ao primeiro trimestre de 2016 e o senhor [Mário Centeno] fez logo as contas aumentando o número, realisticamente ou não, no fim, em 2017 veremos. Peço-lhe desculpa mas um desvio, em linguagem de gente normal, é um buraco de três mil milhões na Caixa Geral de Depósitos”, refere João Almeida.
Estas palavras de Mário Centeno não caíram bem ao presidente do banco público, José de Matos, que foi ouvido também esta semana na mesma comissão.
Na sua intervenção inicial, o ministro das Finanças voltou a sublinhar que a Caixa é um banco de confiança, que importa salvaguardar.