Maria do Céu Guerra, João Lourenço, Jorge Silva Melo e Luis Miguel Cintra, são os quatro decanos do teatro português que o Ministério da Cultura vai homenagear, atribuindo-lhes medalhas de mérito cultural.
Segundo o gabinete da ministra Graça Fonseca, a cerimónia de atribuição das medalhas vai decorrer no próximo dia 21, às 18:30, no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa.
Trata-se de “quatro figuras referenciais para as artes performativas em Portugal” que, através dos projetos culturais A Barraca, Teatro Aberto, Artistas Unidos e Teatro da Cornucópia, respetivamente, entre outros projetos e iniciativas, “influenciaram várias gerações de profissionais do setor cultural e artístico”, refere o comunicado do ministério.
“A paixão, o talento e labor” das quatro personalidades “contribuíram decisivamente para aproximar os vários públicos do universo teatral através das suas linguagens estéticas, imaginação criativa, escolhas dramatúrgicas, pedagogias, discursos e dinâmicas coletivas”, sublinha.
Maria do Céu Guerra (A Barraca), João Lourenço (Teatro Aberto), Jorge Silva Melo (Artistas Unidos) e Luis Miguel Cintra (Teatro da Cornucópia) são personalidades nascidas na década de 1940 do século XX, cujo percurso artístico foi iniciado “ainda em pleno Estado Novo, atingindo uma notável longevidade, coerência e capacidade de reinvenção”, que passaram “a ditadura, a revolução dos cravos e o advento do regime democrático”.
Foram também, lê-se, responsáveis pela “renovação do panorama teatral com o surgimento de novas companhias nas últimas décadas e, depois, a transição para o novo século com os desafios daí resultantes”.
Para o Ministério, trata-se de um “reconhecimento oficial em formato coletivo, antevendo já a mesma lógica que irá presidir, a partir de 2022, à realização anual, sempre a 7 de junho, das “Comemorações do Mérito Cultural”.
Homenagem na “dupla condição” de encenadores e atores
Maria do Céu Guerra nasceu em 1943, é atriz e encenadora e está desde ligada à companhia A Barraca, desde a sua fundação.
O ator e encenador João Lourenço, nascido em 1944, foi um dos fundadores do Teatro Aberto.
Encenador, ator, cineasta, dramaturgo, tradutor e crítico, Jorge Silva Melo nasceu em 1948 e esteve na fundação do Teatro da Cornucópia, que viria a abandonar tendo, mais tarde, criado os Artistas Unidos.
Também ator e encenador, Luis Miguel Cintra foi fundador do Teatro da Cornucópia, em 1973, companhia onde se manteve até ao fecho deste teatro, em dezembro de 2016.
Encenadores e atores, a homenagem insere-se, conclui o ministério, “nessa dupla condição feita de múltiplas transversalidades, diálogos e potencialidades criativos, a que se soma ainda uma relevante dimensão formativa através da sua colaboração com o ensino artístico”.