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A ministra da Saúde admitiu este domingo que todo o sistema de Saúde -- incluindo o Serviço Nacional de Saúde (SNS), setores social e privado e estruturas de retaguarda -- está próximo do limite.
“Estamos a pôr todos os meios que existem no país a funcionar, mas há um limite e estamos muito próximos do limite. E os portugueses precisam de saber disso”, afirmou Marta Temido à saída de uma reunião no Hospital Garcia de Orta, em Almada.
Em declarações aos jornalistas, a ministra da Saúde referiu os dados mais recentes da Direção-Geral da Saúde (DGS), que revelam 10.385 novos casos de Covid-19 nas últimas 24 horas e um novo recorde no número de internamentos, para sublinhar a gravidade da situação epidemiológica no país.
“É um sinal de elevada preocupação”, afirmou, reforçando que a saúde está “numa situação de extremo esforço" e pedindo aos portugueses que respeitem o confinamento e que "fiquem em casa" para aliviar a sobrecarga sobre o setor.
Marta Temido afirmou ainda que a capacidade de resposta à pressão acrescida sobre os hospitais devido à Covid-19 é em detrimento de outras patologias e, por isso, é tão importante travar o agravamento da situação.
“Sempre que temos de internar um doente por Covid-19, é outro ato de saúde que tem de ser diferido”, disse quando questionada sobre o despacho publicado esta semana que prevê a suspensão “de atividade cirúrgica programada de prioridade normal ou prioritária”.
Esse despacho, acrescentou, “é aquilo que podemos conquistar em termos de tempo”, sem compromisso clínico para os doentes.
Em concreto sobre os doentes oncológicos, a ministra da Saúde disse que está a ser feito um esforço para resolver a situação desses doentes transferindo-os ou para hospitais do mesmo grupo de saúde privado, no caso das parcerias público-privadas, ou para hospitais do Instituto Português de Oncologia (IPO).
“Aquilo que é desejável é que consigamos trabalhar em rede, sendo que isso é difícil, mas vamos continuar a apostar nessa linha”.
Portugal contabilizou hoje 152 mortes relacionadas com a Covid-19 nas últimas 24 horas, e 10.385 novos casos de infeção com o novo coronavírus, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
O boletim epidemiológico da DGS indica ainda que estão internadas 4.889 pessoas, mais 236 do que no sábado, das quais 647 em cuidados intensivos, ou seja, mais nove, novos máximos em ambos os casos.
Desde o início da pandemia, em março de 2020, Portugal já registou 8.861 mortes associadas à Covid-19 e 549.801 infeções pelo vírus SARS-CoV-2, estando hoje ativos 134.011 casos, mais 5.846 do que no sábado.
[atualizado às 18h28]